A economista Tatiana Pinheiro avalia que o cenário econômico internacional segue marcado por sinais de desaceleração e expectativa de novos cortes de juros. Em sua coluna Fique de Olho, publicada em 21 de outubro de 2025, ela destaca os principais pontos da semana nos Estados Unidos, no Brasil e na China.
Nos Estados Unidos, as atenções se voltaram para as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Mesmo sem a divulgação de dados oficiais por causa do shutdown do governo, o Fed tem acompanhado informações do setor privado e de associações. Segundo Tatiana, esses dados mostram um mercado de trabalho mais fraco, mas uma inflação ainda resistente.
“Powell reforçou a expectativa de novos cortes de juros em outubro. Acreditamos que haverá dois cortes no segundo semestre: um em setembro e outro agora, em outubro. Depois disso, o Fed deve fazer uma pausa em dezembro por causa da inflação”, explica a economista.
No Brasil, Tatiana destaca que a semana será decisiva com a divulgação do IPCA-15 de outubro, indicador que ajuda o Banco Central a avaliar o comportamento da inflação. Apesar disso, o foco da autoridade monetária está cada vez mais voltado para o ritmo da economia.
“Os dados recentes mostram desaceleração, mas em um ritmo lento. Por isso, acreditamos que o Banco Central deve manter a taxa de juros na próxima reunião”, afirma.
Já na China, o mercado acompanha a divulgação de vários indicadores, principalmente o PIB do terceiro trimestre. A expectativa é de que o crescimento desacelere de 5,2% para 4,7%. “Uma eventual redução dos juros pelo banco central chinês seria importante para apoiar o crescimento”, explica Tatiana Pinheiro.
Com isso, o cenário global segue misto: enquanto os Estados Unidos se preparam para encerrar o ciclo de aperto monetário, o Brasil ajusta o ritmo da política econômica e a China tenta estimular sua economia diante de sinais de fraqueza.