O seguro de automóvel, calculado com base no valor do carro, deve aumentar como consequência do “tarifaço” divulgado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora o Brasil não seja o alvo direto dessas tarifas, os efeitos se propagam globalmente por meio das cadeias de produção e comércio internacional e devem redirecionar estoques, ajustar rotas logísticas ou concentrar esforços em mercados mais rentáveis.
O aumento de preço deve ser gradual, acompanhando as movimentações do mercado após o anúncio do “tarifaço”. Escassez de peças importadas, alta do dólar e o tempo de reparo mais longo nas oficinas também influenciam o valor do seguro.
Os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre veículos e peças importadas, especialmente do México e Canadá. Para evitar o percentual, montadoras estão realocando fábricas do México para os Estados Unidos, o que pode reduzir a disponibilidade de modelos importados no Brasil ou encarecer sua produção, já que os carros fabricados nos Estados Unidos enfrentam tarifas de importação de 35% ao entrar no Brasil.
Muitos componentes de veículos elétricos vêm da China — especialmente baterias. O tarifaço pode dificultar o crescimento desse segmento nos EUA ou tornar os modelos elétricos ainda mais caros.
A presença crescente de montadoras chinesas no mercado brasileiro, que inicialmente pressionavam os preços para baixo, pode ser afetada pelas tarifas, alterando a dinâmica de preços no mercado interno.
É importante ressaltar que o seguro mais contratado no Brasil é o seguro de automóvel, que lidera o mercado tanto em número de apólices quanto em volume de prêmios arrecadados pelas seguradoras. Isso se deve à grande frota de veículos no país e ao medo de roubo, furto e acidentes de trânsito. Muitas pessoas também contratam esse seguro por exigência de financiamento bancário.
Atualmente, 70% da frota de veículos no Brasil ainda circula sem qualquer tipo de cobertura. A tendência de aumento no preço do seguro devido ao tarifaço deve agravar esse cenário.