Saúde
11/11/2025
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Sistemas de saúde que inspiram o mundo: do modelo francês ao SUS brasileiro

De França a Cingapura, diferentes países mostram caminhos para garantir acesso à saúde de qualidade. O Brasil se destaca com hospitais públicos entre os melhores do mundo.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da revista Newsweek, listam países com os melhores sistemas de saúde do mundo com acesso universal à população, seja por meio de subsídio ou financiamento público. França, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Cingapura aparecem frequentemente nas primeiras posições. O Brasil, por sua vez, aparece como destaque no ranking da Newsweek 2026, especialmente por meio de hospitais públicos ligados à Universidade de São Paulo (USP), que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O que faz um sistema de saúde ser considerado bom? Em essência, é a capacidade de oferecer acesso a todos, com qualidade no atendimento, profissionais qualificados e tecnologia moderna — independentemente da condição econômica de cada cidadão.

A França, com cerca de 68,6 milhões de habitantes, já foi considerada referência mundial pela OMS. Seu sistema é misto: combina financiamento público e contribuições sociais, o que garante acesso quase universal a cuidados de alta qualidade. Já a Alemanha adota um modelo baseado em seguros obrigatórios, com liberdade de escolha entre provedores públicos e privados. O país é elogiado pela eficiência administrativa e pela rápida oferta de consultas e cirurgias.

Na Suécia, com população de 10,6 milhões, o sistema é majoritariamente público e descentralizado. Os governos regionais administram os serviços e investem constantemente em inovação e infraestrutura, o que garante um atendimento moderno e acessível. Cingapura, por sua vez, com 6,1 milhões de habitantes, tem um sistema singular: lá, cada cidadão possui uma conta de poupança obrigatória para saúde, o Medisave, combinada com subsídios do governo. O resultado é um modelo eficiente, com alto índice de satisfação e acesso a serviços de ponta.

O Brasil, com mais de 210 milhões de habitantes, é o único país do mundo com dimensões continentais que oferece saúde gratuita e universal. O SUS é frequentemente elogiado por especialistas e reconhecido por organismos internacionais pela sua abrangência e impacto social. O médico Drauzio Varella destaca o sistema de transplantes — considerado o mais organizado do planeta — e a ampla cobertura de diálise. “A fila está na internet”, lembra o médico, ressaltando a transparência do processo.

Além disso, o SUS mantém o maior programa gratuito de imunização do mundo e distribui medicamentos para doenças crônicas e raras, muitos deles de alto custo. “Precisamos valorizar o SUS pela importância que ele tem”, reforça Drauzio.

O reconhecimento internacional do sistema brasileiro também vem por meio dos hospitais universitários da USP, que figuram entre os melhores do mundo, segundo o ranking da Newsweek 2026.

O ranking, divulgado em setembro de 2025, foi baseado nos serviços prestados pelos principais hospitais em mais de 20 países. A avaliação considerou uma pesquisa realizada entre maio e julho de 2025 com profissionais da área médica, além de certificações e resultados de tratamentos de pacientes.

Os fatores analisados incluem qualidade do atendimento, rapidez no serviço, experiência e segurança do paciente, tecnologia da informação, saúde digital e atratividade como empregador.

O levantamento classifica os 300 melhores hospitais em cardiologia e oncologia; os 250 melhores em pediatria; os 150 melhores em cirurgia cardíaca, endocrinologia, gastroenterologia, pneumologia e ortopedia; os 150 melhores em neurologia; e os 125 melhores em neurocirurgia, urologia, obstetrícia e ginecologia.

Entre os destaques brasileiros estão o Instituto do Coração (Incor), o Hospital das Clínicas (HC) e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

O Incor aparece em 12º lugar em cardiologia e em 28º em cirurgia cardíaca. O HC figura entre os melhores em diversas especialidades: neurologia (32º), neurocirurgia (90º), gastroenterologia (117º) e ortopedia (74º). Já o Icesp ocupa a 182ª posição em oncologia, competindo com instituições de excelência como a Mayo Clinic, o Johns Hopkins Hospital e o Memorial Sloan Kettering Cancer Center.

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