A chegada do metaverso tem tirado o sono de uma série de empresários. É um fato: ao mesmo tempo em que essa encantadora nova tecnologia, que vem para transportar o nosso mundo para o digital – isso, é claro, com uso de muitas outras virtudes que, no mundo físico, são impossíveis –, promete uma série de lucros e faturamentos, também tem deixado alguns dos setores desconfiados com seus desdobramentos.
Um desses setores, uma menção importante sobre como o surgimento de tecnologias emergentes não pode ser analisado sob o pretexto de preto no branco, é o de seguros.
Um dilema para as seguradoras: o metaverso vai ajudar ou atrapalhar?
Antes de mais nada, é preciso esclarecer que, embora haja muitas menções ao metaverso e uma movimentação bem visível das empresas rumo a essa nova tecnologia, ainda não há nada exatamente definido. Ou seja, todo esse processo ainda está em fase de teste, e posto que é algo completamente novo, fica difícil fazer afirmações concretas.
Mas no caso específico das seguradoras, há estimativas que se apresentam, tanto positiva, quanto negativamente, sobre a atuação do segmento no metaverso. Isso porque ele está inserido – da mesma forma como ocorre com as provedoras de tecnologia –, tanto com uma atuação dentro do metaverso, quanto para realizar sua manutenção fora dele.
Uma recente reportagem do The Guardian mostra justamente esse lado mais “outside”: de acordo com um relatório da Aviva UK, enviado ao veículo de forma exclusiva, houve um aumento de 31% nas reivindicações de conteúdo doméstico em 2021. E a culpa dos incidentes, quem diria, está relacionada com o uso de óculos e fones de realidade RV, fundamentais para a vivência no metaverso.
Com os óculos e fones, as pessoas acabam tão imersas que se “esquecem” do mundo real. E isso resulta em socos em luzes, chutes em móveis, quedas acidentais e um uso mais expressivo dos seguros residenciais.
“À medida que novos jogos e gadgets se tornam populares, muitas vezes, vemos isso acontecendo nas reivindicações feitas”, disse a diretora de reivindicações de propriedade da Aviva no Reino Unido, Kelly Whittington, ao The Guardian.
Mas, calma lá, pois tem partes boas também
É evidente que essa ocupação com o universo fora do metaverso, conforme essa tecnologia avança e ganha mais aderência, vai crescer nos próximos anos. Mas isso não significa que esse novo universo digital é de todo ruim para as seguradoras.
Publicidade, propagandas e até mesmo novas apólices de seguro, sem dúvidas, acontecerão no metaverso. É possível, por exemplo, que surjam seguros de imóveis e automóveis dentro do metaverso, estratégias de marketing propícias àquele ambiente.
E até mesmo – veja só a ironia – criação de seguros às manutenções externas impostas pelo metaverso, a depender do que a tecnologia vai exigir para sua usabilidade.
Enfim, o cenário é um pouco incerto, é verdade, mas deve ser uma realidade em breve. Não será difícil ver, em faculdades de administração, por exemplo, matérias já relacionadas à segmentação de seguradoras no metaverso. Assim como também não é difícil que novos serviços apareçam com a democratização desse novo universo digital.