O segmento de seguro auto voltado para danos materiais manteve, ao longo de 2025, um ritmo de expansão que confirma a recuperação gradual do mercado. Dados do Painel de Inteligência do Mercado de Seguros (PIMS), da Superintendência de Seguros Privados (Susep), mostram que as receitas desse ramo acumularam alta nominal de 6,61% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 107,27 bilhões.
O resultado revela que, apesar da moderação da atividade econômica, a proteção contra prejuízos físicos ao veículo permanece entre as coberturas mais demandadas pelos consumidores.
A análise do comportamento mensal reforça essa tendência. Na comparação com o mesmo mês de 2024, o avanço chegou a 8,31%, indicando que o crescimento não apenas se mantém, como se intensifica em determinados momentos do ano.
Mesmo frente ao mês imediatamente anterior, houve expansão de 2,15%, sinalizando um mercado com tração constante. Apenas no mês selecionado, o volume de receitas alcançou R$ 12,19 bilhões, mostrando que o consumo do produto permanece forte mesmo em um cenário de pressão sobre o orçamento das famílias.
Especialistas avaliam que parte desse movimento está associada ao encarecimento da frota, com veículos mais tecnológicos e, portanto, mais caros para reparar, e ao aumento da percepção de risco por parte dos condutores.
A combinação de peças sofisticadas, custos elevados de mão de obra e maior circulação de carros seminovos e usados tende a ampliar a demanda por coberturas de danos materiais, consideradas essenciais para quem precisa mitigar gastos imprevistos.
Os números da Susep ainda sugerem uma normalização do mercado após o período de volatilidade observado nos últimos anos, marcado por inflação mais alta e oscilações no preço de automóveis. A expansão de 6,6% no acumulado do ano, embora moderada, é interpretada como um indicativo de solidez, especialmente em um segmento que responde por uma fatia significativa das receitas do seguro auto.
A perspectiva, segundo analistas do setor, é de que o crescimento continue em linha com a tendência observada até agora. Com consumidores mais atentos ao custo de reparos e seguradoras ajustando seus modelos de precificação, o ramo de danos materiais deve seguir como um dos pilares da arrecadação do mercado de seguros gerais.