Os maiores gastos do seguro DPVAT são com escritórios de advocacia e com empresas de perícia médica, aponta documento da Superintendência de Seguros Privados (Susep), concluído há cerca de três meses, que analisa diligências feitas pela fiscalização do órgão na Seguradora Líder, assunto já abordado na edição passada deste informativo. Sem citar números absolutos, o documento gestado na Diretoria de Supervisão de Conduta (Dicon) constata aumento de aproximadamente 55% nos gastos com sinistros, entre 2009 e 2015.
Já a representação das despesas com sinistros retidos nesse período de sete anos teve aumento expressivo. Pulou de 12,16% para 35,38% – aponta a análise da Coordenação de Fiscalização de Conduta 1, subordinada ao Dicon, indicando que os dispêndios envolvidos nos sinistros judiciais são superiores às despesas envolvidas nos sinistros administrativos.
Sobre o pagamento de honorários advocatícios, o documento relata que nos sinistros relativos à cobertura de despesas médicas (DAMS), em muitos casos, possuem despesa judicial maior que o valor da indenização. E acrescenta: “A Seguradora também foi objeto de representação neste tópico porque não prestou as informações solicitadas pela Susep […] com o intuito de dificultar ou impedir o trabalho de fiscalização desta autarquia. A motivação da análise foi a constatação de diferenças bastante discrepantes entre o valor pago como despesas e como indenização, ambas judiciais”.
O analista avalia que essa incompatibilidade de valores pagos a título de despesa e de indenização é encontrada em todas as coberturas do DPVAT, na esfera judicial, indicando “uma fragilidade no controle destas despesas”. O documento propõe que sejam realizadas novas fiscalizações para apurar as discrepâncias apontadas.