Inovação, Tecnologia
Fonte: Exame
23/09/2024
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Para seguradoras, inovação é a chave do crescimento

Mudança na mentalidade do brasileiro e novas coberturas impulsionam a busca por produtos

O mercado de seguros no Brasil segue em plena expansão. E o destaque não se dá somente sob o olhar do crescimento, mas, também, da inovação. “Um produto que tem sido crucial na exploração de novos formatos de negócios por parte das empresas, além de assegurar um crescimento sustentável de suas operações, é o seguro contra riscos cibernéticos”, diz em relatório Dyogo Oliveira, diretor-presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

No ano passado, a demanda por esse tipo de seguro foi 17,1% maior que em 2022, com mais de 203,3 milhões de reais arrecadados. O setor cresceu 9% em relação a 2022, com mais de 387,9 bilhões de reais arrecadados em prêmios de seguro, contribuições em planos previdenciários e faturamento com títulos de capitalização, sem considerar saúde e Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Somente as 61 empresas avaliadas pelo Ranking EXAME MELHORES E MAIORES 2024 arrecadaram 298,8 bilhões de reais em 2023, o que representa um aumento de 9,16% em comparação aos 273,7 bilhões de reais do ano anterior. Ao observar o lucro líquido das seguradoras, o crescimento é ainda mais expressivo em 2023: as companhias registraram 36,5 bilhões de reais no total, 72,09% mais em relação ao ano de 2022.

Assim como na edição anterior, a Brasilprev é novamente a líder entre as seguradoras. Em 2023, a companhia viu sua receita crescer 8,4%, saltando de 52,8 bilhões para cerca de 57,3 bilhões de reais. Somado à maior arrecadação, o volume de resgates e portabilidades também diminuiu, o que gerou uma captação líquida — diferença entre aportes e resgates — positiva de 7,8 bilhões de reais, quase dez vezes maior do que em 2022. O resultado foi um lucro líquido 28,1% maior em 2023 na comparação com 2022: de aproximadamente 1,5 bilhão para 1,9 bilhão de reais.

Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro, explica que um dos pontos fortes da Brasilprev é a base de clientes que ela tem para trabalhar, que advém de uma de suas controladoras, a BB Seguridade, subsidiária do Banco do Brasil. “Acrescentam-se a isso as parcerias que ela conseguiu construir muito bem com outras marcas e corretoras.” O resultado é que, segundo o especialista, a empresa tem conseguido atingir públicos de outras rendas, com produtos mais democráticos.

Tanto os resultados da Brasilprev quanto os do setor como um todo podem ser analisados pela ótica de três fatores: mudança na percepção, pela própria população, da importância dos seguros como ferramenta de proteção; novos players no mercado; e oferta de uma variedade maior de produtos.

“O Brasil era um país mal-educado em relação ao uso de seguro, mas agora está aprendendo, principalmente pelo movimento das confederações e empresas do setor para educar o brasileiro. Consequentemente, quando você tem uma população que sabe usar aquele produto, é natural que o serviço cresça”, afirma Barros.

Para ter uma maior variedade de produtos, o mercado ganhou um aliado importante: o Sandbox Regulatório, um ambiente experimental para empresas selecionadas testarem e desenvolverem novos projetos com menos exigências regulatórias. “Isso torna o mercado muito mais aberto e fácil de operar. Quando diminui a burocratização, há uma aceleração no crescimento desse mercado”, explica Barros. A consequência também são produtos mais acessíveis financeiramente. Para 2024, as projeções são otimistas: a CNSeg estima um crescimento da arrecadação do setor geral em 10%.

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