O seguro obrigatório DPVAT fez pagamentos a 56.581 brasileiros vítimas de acidentes de trânsito no primeiro bimestre do ano, incluindo morte, invalidez permanente (parcial e total) e despesas médico-hospitalares. O número de indenizações pagas foi 8,4% menor que em igual período de 2017, quando foram registrados 61.769 casos, — 5.188 a mais. Essa desaceleração vem se consolidando desde de 2015, quando os sinistros retrocederam 15%; em 2016, 33%, e em 2017, 12%. Os dados, recém-divulgados, são da Seguradora Líder.
Na esteira dessa queda, aparece a cobertura de invalidez permanente, com menos 12,8% notificações em janeiro e fevereiro últimos. Foram quase 6 mil mutilações a menos, no confronto com os dois meses iniciais do ano passado. Com ligeiro recuo de 1%, as ocorrências de mortes, que voltaram a crescer em 2017, também contribuíram para diminuir o número de indenizações pagas no bimestre. No total, foram 6.091 óbitos.
A melhora no quadro de indenizações no bimestre foi proporcionada pelo comportamento do trânsito em fevereiro, ante idêntico mês de 2017. Com menos dias, mas com o Carnaval incrustado no calendário, fevereiro registrou queda acentuada de 17,9% no número de sinistros pagos. Os casos de invalidez permanente despencaram 22,6% e os de morte, 12%. As despesas médico-hospitalares subiram apenas 1,6%, contra 17% em janeiro.
Os dados da Seguradora Líder relativos ao primeiro bimestre do ano mostram ainda que o grupo mais afetado por acidentes de trânsito é formado por homens jovens, em idade economicamente ativa: 48% das indenizações foram para pessoas com idade entre 18 e 34 anos. O motorista é a principal vítima (62% do total). Esse padrão vem se repetindo ao longo dos últimos anos, assim como o fato da ampla maioria das indenizações (76%) estar relacionada a acidentes de motos, mesmo com as motocicletas sendo apenas 27% da frota nacional de veículos.
No primeiro bimestre de 2018, as regiões Nordeste (18.204) e Sudeste (16.434) respondem por 32% e 29% das indenizações pagas, respectivamente. O Nordeste concentrou o maior número de indenizações pagas, apesar de ser a região que tem apenas a terceira maior frota do País, com 17% dos veículos nacionais.
A maior incidência de acidentes continua sendo no período do anoitecer, entre 17 horas e 19h59min, concentrando 24% dos acidentes indenizados no primeiro bimestre de 2018.