Em decorrência das consequências da pandemia no mercado somado ao momento em que a tecnologia se tornou vital para nossa vida cotidiana, a partir da integração de dados gerados pela nossa forma de consumir produtos e interagir digitalmente, podemos afirmar que o futuro foi antecipado ou o presente acelerado, depende do ponto de vista.
E este processo de transformação digital das seguradoras teve um objetivo claro: aperfeiçoar a experiência de clientes e corretores em todos os touch points (pontos de contato) das mais diversas jornadas. Em meio à 4ª revolução industrial, mais conhecida como a revolução da tecnologia e dos dados, o diferencial é como otimizar todas as potencialidades do meio digital para gerar um relacionamento mais próximo e engajado com os diversos públicos-alvo.
Diante deste quadro, podemos afirmar que, em um mercado cada vez mais competitivo, o consumidor ganha protagonismo e controle sobre suas decisões e interações, de forma customizada, cada vez mais ágil e digitalizada. Pesquisa realizada em 2021 pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em um universo de 164 empresas de diversos segmentos, mostra que 76,2% consideram que a utilização de ferramentas de Inteligência Artificial terá grande impacto em sua competitividade.
O levantamento também mostrou existir a percepção de que essa tecnologia será útil no processo de tomada de decisões, na automação customizada de produtos, processos ou serviços, e no reconhecimento de padrões de dados, tais como imagens e textos. Atualmente, o Brasil ocupa a primeira posição em número de empresas utilizando inteligência Artificial na América Latina. O ecossistema avança no país, mas ainda está longe do nível alcançado em regiões como Ásia e América do Norte.
Neste cenário de constante evolução tecnológica, a inteligência artificial torna-se uma das grandes apostas para as empresas do setor de seguros, ofertando a personalização dos serviços, de acordo com as preferências e demandas dos clientes, e trazendo mais efetividade e agilidade em processos e tomadas de decisões dentro das companhias.
Em um mundo conectado, portanto, a transformação digital do mercado tornou-se preponderante para a sustentabilidade dos negócios. Hoje, as empresas precisam ter respostas rápidas e corretas para otimizar processos, gerar melhores resultados e manter e atrair novos clientes, sem deixar, de lado, o relacionamento que é vital para a sustentabilidade dos negócios. Nesse processo, as empresas estão, cada vez mais, intensificando o desenvolvimento de seus processos com I.A e sistemas com foco no omnichannel e multichannel, em prol da comodidade e praticidade dos consumidores. Tudo em poucos cliques.
Fala-se bastante em inteligência artificial, mas o mercado segurador é movido à inovação, de um modo geral. E a inovação não necessariamente é digital. Vivemos um período de reestruturação na forma de se negociar o produto seguro, nas estratégias de atuação na cobertura de novos riscos, no processo de avaliação do sinistro, na maior agilidade na contratação em formato digital, nas novas condições de parcelamento tanto para renovação quanto para novos contratos, na corretagem mais dinâmica e consultiva e, principalmente, no aperfeiçoamento da jornada de experiência do segurado. Nesse sentido, a tecnologia entra como aliada, para aprimorar a experiência de corretores e consumidores.
Por sua vez, a Inteligência Artificial passa a ser usada no mercado segurador com assertividade, por exemplo, na orçamentação e avaliação de danos a um veículo. Em poucos minutos, a tecnologia produz uma estimativa dos serviços que precisam ser realizados, como, por exemplo, reparos na lataria ou pintura, muitas vezes sem a necessidade de intervenção manual. Desta forma, as seguradoras conseguem acelerar seus processos, as oficinas conseguem aumentar sua produtividade, e o consumidor recebe mais rapidamente o seu veículo.
O avanço tecnológico é um caminho sem volta para o mundo dos negócios. É fundamental ampliar os horizontes e estar atento a todas as possibilidades de inovação. O grande desafio atual é saber utilizar e aplicar essas ferramentas tecnológicas de acordo com a necessidade de seus negócios, em todas as suas potencialidades. Quem souber extrair ao máximo, sem perder de vista a referência das necessidades do cliente, ganhará mais espaço em um mercado competitivo.
* Rodrigo Herzog é superintendente executivo de Sinistros da Bradesco Seguros