DPVAT
Foto: Reprodução | Texto: David Ferrari
05/10/2020
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Mais de 80% das seguradoras acionistas abandonaram a Seguradora Líder

Debandada geral parece ser estratégia dos controladores para se desvincular das acusações de desvios e fraudes apontadas pelo Ministério Público Federal

O Ministério Público Federal pediu à Justiça o bloqueio de R$ 4,4 bilhões da Seguradora Líder DPVAT, no início de setembro, acusando a empresa de leniência com fraudes na obtenção de seguros e maquiagem nas projeções de sinistros. O processo deu início à debandada geral das empresas que compõem a participação acionária da Seguradora Líder e o Consórcio de empresas do Seguro DPVAT: estima-se que mais de 80% deixaram a sociedade – confira abaixo como era e como fica a participação em 2021.

Segundo as regras do consórcio DPVAT, as empresas tinham até a última sexta-feira, dia 02 de outubro, para manifestar o interesse em deixar a participação acionária a partir do dia 1º de janeiro do próximo exercício.

Apesar de evitarem comentar as razões da saída, as seguradoras enviaram cartas com o pedido de desligamento, declarando não possuir mais interesse em participar do consórcio DPVAT. Ao que tudo indica, a debandada é uma estratégia dos controladores para se desvincular das acusações que são investigadas pelo Ministério Público Federal.

Com a saída de tantos associados, fica muito difícil para o consórcio conseguir se manter. Cremos que, em 31 de dezembro deve acabar o consórcio e o consumidor passar a poder escolher sua companhia de seguro. A Líder tem que fazer a liquidação dos 400 e tantos mil processos de sinistros e depois ser extinta. Os R$ 4 bilhões da reserva excedente, cobrados a maior da população, devem ir para ao segurado ou para o governo.

A operação do DPVAT passaria então às práticas de livre mercado, com o produto sendo operado por qualquer seguradora interessada e distribuído por corretores de seguros como qualquer outro.

Participação acionária Seguradora Líder

Veja como era e como fica a participação em 2021

Bloco A

No exercício 2020, as 10 seguradoras majoritárias representavam mais de 72% do quadro. Todas deixarão a Seguradora Líder em 2021:

Porto Seguro Cia de Seguros Gerais, Porto Seguro Vida e Previdência, Azul Seguros, Itaú Seguros, Caixa Seguradora, Cia de Seguros Previdência do Sul, Mapfre Seguros Gerais, Brasil Veículos Companhia de Seguros, Mapfre Vida, Mapfre Previdência, Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros, Atlântica Cia de Seguros, Brasilseg Companhia de Seguros, Aliança do Brasil Seguros, Tokio Marine Seguradora, Safra Vida e Previdência, Safra Seguros Gerais, Sompo Seguros, Investprev Seguradora, Investprev Seguros e Previdência e Mongeral Aegon Seguros e Previdência.

Bloco B

Deverão sair em 2021: Fator Seguradora, Sancor Seguros, Usebens Seguros, Banestes Seguros e Previmax Previdência Privada e Seguradora. Eram 15 e ficarão 10 seguradoras.

Bloco C

Sairá em 2021: Sinaf Previdencial Seguros. Eram 8 seguradoras em 2020 e ficarão 7.

Estima-se então que, no total de 44 seguradoras que compunham a Seguradora Líder em 2020, saíram 27, representando mais de 80%, ficando somente 17.

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