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24/06/2025
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Liderança ainda é desafio para mulheres no setor de seguros, aponta 5º estudo da ENS

O setor de seguros brasileiro apresenta uma predominância feminina (55 %), mas a transição para posições de liderança continua lenta e desigual.

Dados do 5º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros, conduzido pela ENS (Escola de Negócios e Seguros) em parceria com a SouSegura, mostram que, apesar de avanços perceptíveis e iniciativas de boas práticas, ainda há décadas de trabalho para alcançar equidade real, especialmente em relação à liderança, salário e inclusão interseccional.

Segundo o levantamento, apenas 1% das mulheres atuantes no setor ocupam cargos de diretoria, enquanto a presença masculina nesses postos é 1,5 vez maior. Ainda assim, a percepção de melhora é notável: 63% das entrevistadas acreditam que as oportunidades para mulheres cresceram nos últimos três anos, reflexo de programas de diversidade, conscientização e mudanças na cultura corporativa.

O estudo também evidencia que barreiras estruturais persistem. Entre os principais entraves citados pelas profissionais estão a cultura organizacional ainda resistente à equidade de gênero, a sobrecarga com tarefas domésticas e a pouca presença de mulheres em áreas estratégicas de decisão.

Além disso, a maternidade continua sendo um fator de impacto negativo na carreira, com 67% das mulheres afirmando que sofreram consequências profissionais por serem mães.

Outro dado relevante da pesquisa é a baixa diversidade racial entre as respondentes: 75% se autodeclararam brancas, apontando para uma sub-representação de mulheres negras, pardas e indígenas, o que amplia os desafios da equidade no setor.

Apesar das dificuldades, o estudo destaca empresas que vêm se destacando na promoção da igualdade de gênero com medidas como programas de mentoria para mulheres e formação de lideranças femininas, aliado ao estabelecimento de metas de diversidade vinculadas à remuneração de lideranças.

Além disso, algumas empresas vêm se empenhando na implementação de licenças parentais mais justas para homens e mulheres, bem como na adoção de jornadas flexíveis e políticas de trabalho remoto.

Outras iniciativas incluem a estruturação de ambientes seguros para denúncias de assédio e discriminação.

A publicação do estudo aconteceu em evento híbrido promovido pela ENS e pela SouSegura em São Paulo, realizado em 10 de junho de 2025. Participaram da apresentação os autores Maria Helena Monteiro e Francisco Galiza, além de lideranças femininas do mercado, que discutiram os caminhos para acelerar a equidade de gênero no setor.

O primeiro estudo sobre o tema foi lançado em 2013. Desde então, a escola realiza o estudo a cada três anos. Essa periodicidade foi estabelecida por causa do lento avanço de mudanças relacionadas ao tema no setor de seguros.

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