Na última semana, os mercados receberam uma bateria de informações de política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Nos EUA, a revisão do PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente: o crescimento foi ajustado de 3,3% para 3,8%, puxado pelo consumo das famílias, que avançou 2,5%. “Esse resultado reforça o quadro de uma economia resiliente”, destaca Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital.
Outro dado acompanhado de perto pelo Federal Reserve foi o PCE, indicador de inflação. O número de agosto mostrou tarifas pressionando preços e uma inflação de serviços ainda persistente. “Isso mantém em dúvida um corte de juros já em outubro. O mais provável é que o Fed só comece a reduzir a taxa em dezembro”, avalia Tatiana.
No Brasil, a ata e o relatório de política monetária do Banco Central deixaram claro que a Selic deve permanecer estável por um período prolongado. O IPCA-15 de setembro veio acima de agosto, mas dentro do esperado, já que perdeu o efeito do desconto de Itaipu.
“O ponto central é a sinalização de manutenção dos juros. Ainda assim, acreditamos que a atividade deve seguir acelerando, o que abre espaço para cortes até o fim do ano”, explica a economista.
A semana que se inicia será crucial. Nos EUA, a divulgação do relatório de emprego trará pistas sobre a real força da economia americana. A expectativa é de criação líquida de 50 mil vagas.
No Brasil, dados de desemprego, produção industrial e crédito ajudarão a calibrar as apostas para os próximos passos do Banco Central.