Com a chegada do inverno, as temperaturas mais baixas e a redução da umidade do ar provocam um efeito colateral já bem conhecido nos consultórios: a alta nos casos de faringite. Essa inflamação da faringe, região que liga a boca ao esôfago e à laringe, é mais frequente nos meses frios e secos e pode afetar pessoas de todas as idades.
Segundo especialistas, o ar frio e seco resseca a mucosa da garganta, tornando-a mais vulnerável à ação de vírus e bactérias. Além disso, durante o inverno, as pessoas tendem a permanecer mais tempo em ambientes fechados e pouco ventilados, o que facilita a transmissão de infecções respiratórias.
A faringite costuma causar dor ou irritação na garganta, dificuldade para engolir, sensação de ressecamento ou “arranhado” ao falar e, em alguns casos, febre baixa. O otorrinolaringologista Paulo Mendes Junior (@drpaulomendesjr.otorrino) acrescenta que, além da dor, a doença pode provocar sensação de algo preso na garganta, secreção e até catarro amarelado ou esbranquiçado. “Quem apresenta o problema com frequência, ficando até rouco, deve avaliar fatores como respiração, imunidade, refluxo gastroesofágico e até exaustão das cordas vocais”, afirma.
Segundo o médico, pessoas que respiram mais pela boca têm maior propensão a desenvolver faringite. Medicamentos para melhorar a imunidade, quando indicados, podem ajudar, assim como o tratamento do refluxo gastroesofágico – que pode causar pigarro, ardência na garganta e gosto ruim na boca. Para quem usa intensamente a voz, ele recomenda hidratação constante, repouso vocal e, em alguns casos, fonoterapia.
Se os sintomas persistirem por mais de três dias, ou em casos de dor intensa, febre alta e placas brancas na garganta, é fundamental buscar atendimento médico. Quando causada por vírus, a faringite geralmente desaparece sozinha em poucos dias. Já as infecções bacterianas podem exigir antibióticos, sempre com prescrição profissional.
Para atravessar o inverno com menos riscos, manter a garganta hidratada é essencial. Beba bastante água, evite ambientes fechados e com ar-condicionado por longos períodos, e use umidificadores ou bacias com água para melhorar a umidade do ar. Lavar as mãos com frequência, evitar contato próximo com pessoas gripadas e não compartilhar utensílios também reduzem as chances de contágio.