Economia
23/09/2025
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Estados Unidos cortam juros e Brasil mantém Selic em 15% em meio a incertezas

Enquanto o Federal Reserve reduz a taxa básica para 4,25% e sinaliza novos cortes ainda em 2025, o Banco Central brasileiro adota tom duro e mantém a Selic em 15%. Mercado acompanha de perto os próximos passos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

 

Na coluna Fique de Olho desta semana, Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, analisa o movimento recente da política monetária global. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve decidiu por um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa de referência (Fed Fund) a 4,25%.

A decisão veio com dissidência: o novo integrante do Federal Reserve, o economista Stephen Miran, defendeu uma redução maior, de 0,50 ponto. O banco central americano ainda sinalizou mais cortes até o fim do ano, com chances em outubro e dezembro.

A expectativa, no entanto, é de que a pausa ocorra em outubro, com espaço para novo corte apenas em dezembro, devido à persistência das pressões inflacionárias ligadas a tarifas.

Nesta semana, os olhos se voltam para a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, que deve detalhar sua visão sobre o cenário macroeconômico.

Também serão divulgados o crescimento do PIB do segundo trimestre e uma revisão dos indicadores de atividade econômica dos últimos 12 meses. Esses dados podem dar pistas mais claras sobre a intensidade da desaceleração no mercado de trabalho americano.

No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 15%, em uma decisão que transmitiu forte preocupação com a dinâmica inflacionária. O tom mais duro afastou apostas de cortes de juros nas próximas reuniões.

Entre os eventos locais, destaque para a divulgação do IPCA-15 de setembro e para a ata do Copom, que deve detalhar a decisão da semana passada. A revisão da projeção de inflação feita pela autoridade monetária foi considerada tímida pelo mercado.

Na quinta-feira (25/09), o Relatório Trimestral de Inflação deve trazer novos detalhes sobre a leitura do Banco Central em relação à atividade econômica e às expectativas de crescimento.

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