Os mais velhos da Geração Z, ou a geração dos nascidos entre 1997 e 2012, de acordo com o Pew Research Center, estão entrando na casa dos 20 anos, e esses jovens já enfrentaram grandes pressões econômicas desde que entraram no mercado de trabalho. A pandemia de COVID-19, o aumento da inflação e uma recessão iminente transformaram as tendências, comportamentos e expectativas de compras da Geração Z – e à medida que o poder de compra da Geração Z aumenta, as seguradoras devem estar prontas para se adaptar a esses jovens consumidores.
internet e tecnologia
Os indivíduos desta geração, definidos como “nativos digitais”, nunca conheceram um mundo sem internet ou smartphones. Essa familiaridade com a internet e a tecnologia provavelmente se reflete em suas tendências de compras e como eles interagem com seguros, de acordo com especialistas. Em um webinar do Travelers Institute, “Conheça a geração Z: seu próximo cliente e colega”, realizado em 14 de setembro de 2022, a vice-presidente assistente de pesquisa de mercado da Travelers, Jacqui Heidelberger, disse que para a geração Z, a Internet é um de seus recursos mais valiosos.
“O que você precisa saber é que a geração Z, cada um deles, nasceu pós-internet. Todos eles nasceram depois que a internet se tornou um conceito doméstico dominante”, disse Heidelberger no webinar. “Eles são locais da internet. É uma utilidade, assim como o calor, a água ou a eletricidade.”
A vice-presidente de distribuição Alt de linhas pessoais da Nationwide, Lisa Gobber, acrescenta: “Vemos um interesse mais forte no autoatendimento digital e nos recursos para poder acessar coisas como seguros, carteiras de identidade e outras coisas a partir de um aplicativo móvel”.
Chris Rzany, vice-presidente assistente de estratégia da Fidelity Life, também observa que a maioria dos consumidores da Geração Z se envolve com seguros pela Internet ou pesquisando digitalmente opções de seguro, comprando diferentes coberturas ou interagindo com suas apólices.
“Estes são consumidores, a primeira geração, literalmente, que cresceu com acesso à internet durante toda a vida. E acho que isso leva a algumas diferenças em como os consumidores da Geração Z desejam comprar seguro de vida e como consomem informações e como eles aprendem, especialmente na fase de ‘consideração’ da jornada do cliente”, afirma Rzany.
Alguns podem presumir que esses nativos digitais preferem uma experiência exclusivamente digital ao lidar com seguros; no entanto, Rzany descobre que nem sempre é esse o caso.
“A Geração Z quer opções… Acho importante que nós, na indústria, percebamos que vamos atender às preferências e necessidades da Geração Z, que em três anos será a maior geração de consumidores nos Estados Unidos, ” afirma Rzany. “Esse será o mercado em alguns anos, então precisamos disponibilizar opções e atender o consumidor onde ele está. E para alguns consumidores, isso significa tudo online. Para alguns consumidores, isso significa por telefone. E para todos os consumidores, isso significa que precisamos realmente fornecer grandes recursos e educação sobre o conceito.”
Preço e inflação
A pesquisa Nationwide Economic Pressures, publicada em outubro, revela que os consumidores da Geração Z priorizam o preço de seus seguros – a inflação e os custos crescentes provavelmente contribuem para as pressões financeiras que muitos estão enfrentando, forçando-os a comprar cobertura em outro lugar ou cortar completamente a cobertura. A pesquisa indica que 56% dos consumidores planejam buscar maneiras de economizar dinheiro com os prêmios existentes, e 63% dos consumidores já revisaram ou planejam revisar suas apólices de seguro com um agente de seguros nos próximos seis meses. O relatório também constata que 33% da Geração Z removeu ou planeja remover uma apólice de seguro de sua cobertura, em comparação com os 23% relatados da população geral de consumidores.
“Os consumidores estão reconsiderando sua cobertura de seguro devido a uma economia difícil, e muitos procuraram ou indicaram que procurariam maneiras de economizar prêmios… Uma estatística surpreendente ou interessante é que 37% dos entrevistados da Geração Z indicaram ou relataram que já já diminuíram ou planejam diminuir sua cobertura nos próximos seis meses e isso é comparado a cerca de 26% da população em geral”, explica Gobber. “Acho que o que a pesquisa nos disse é que os consumidores ainda estão procurando um bom valor para seu dólar. E, claro, isso é ainda mais acentuado com a incerteza econômica.
Um estudo de 2021-2022, “Gen Z as Employees and Workforce Trendsetters”, do Center for Generational Kinetics, relata que 70% dos indivíduos da Geração Z acham importante investir na aposentadoria e que 30% começaram a contribuir para um plano de aposentadoria para um futuro seguro.
“Os consumidores da Geração Z são, na verdade, mais propensos a serem financeiramente conservadores do que seus colegas mais velhos… Faz sentido porque [para] os consumidores da Geração Z, eles viram seus pais da Geração X passarem por duas recessões, lutarem na crise financeira na primeira década do século 21, luta pós-pandemia ou durante a luta pandêmica, lidando com múltiplas prioridades financeiras”, diz Rzany. “E então eles viram isso quando crianças, cresceram com isso. E então eu acho que isso contribui para esse conservadorismo financeiro que eles têm.”
Saúde mental e bem-estar financeiro
O relatório Nationwide Economic Pressure também observa que as preocupações financeiras estão afetando negativamente a saúde mental dos consumidores da Geração Z – 64% se sentem afetados pela inflação e 54% pela incerteza na economia. Além disso, os indivíduos da Geração Z tendem a se sentir menos preparados financeiramente para uma recessão do que outras gerações, com uma resposta de 37% da população em geral se sentindo preparada e apenas 23% da Geração Z.
A pesquisa da LIMRA também confirma que a geração Z se sente especialmente afetada por preocupações financeiras, com 35% dos funcionários da geração Z indicando que as preocupações financeiras os distraem no trabalho em comparação com 30% da geração do milênio, 19% da geração X e 8% dos baby boomers. Os dados da LIMRA também mostram que os indivíduos da Geração Z pontuam mais baixo do que outras gerações em seu Índice de Bem-Estar Financeiro, que pontua o bem-estar financeiro do consumidor.
“Os preços do seguro são realmente impulsionados em grande parte pelo custo dos reparos”, diz Gobber. “E assim a própria inflação muitas vezes desempenha um papel bastante significativo no aumento dos preços, em oposição aos ciclos de recessão ou outras coisas. E então, essa é a parte difícil, porque toda a indústria está enfrentando ventos contrários da inflação, da cadeia de suprimentos, etc…”
Gobber sugere várias maneiras diferentes de responder aos custos crescentes que podem ajudar os consumidores da Geração Z a reduzir ou gerenciar seus custos de seguro.
“Acho que a maior coisa que podemos fazer é garantir que os clientes saibam que, na medida em que estão interessados em falar com seu agente ou procurar maneiras de economizar, como seguro baseado no uso [ou] agrupar sua casa e automático”, explica Gobber. “Temos que responder à inflação para que possamos manter o capital necessário para atender às necessidades de nossos clientes em geral. Mas estamos apenas garantindo que nossos agentes e outros sejam bem versados em alguns desses itens que podem ajudar custos de controle. E é importante para a Geração Z, mas é importante para todos.”