Auditoria nas contas da Seguradora Líder, responsável pelo seguro DPVAT, apontam diversas conversas de WhatsApp, emails e pagamentos que mostram desvios de antigos gestores da empresa a diversos políticos do diretório nacional do PSL, partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro.
A auditoria detectou o repasse de R$ 94 milhões para empresas ligadas à Líder, de 2009 a 2016. No entanto, grande parte delas são de políticos do PSL: Companhia Excelsior de Seguros, consorciada da Líder que tem como acionista Luciano Bivar, presidente do PSL; escritório Rueda & Rueda Advogados, que tem como sócio Antônio Rueda, vice-presidente do PSL, e a SaudeSeg Sistema de Seguros, que tem cinco acionistas atuando no diretório nacional PSL.
Apenas a SaudeSeg ficou com R$ 72 milhões dos repasses de 2012 a 2016 da Líder. Um de seus acionistas é Ricardo Motta Lobo, tesoureiro do PSL. Outro é Rodrigo Gomes Furtado, sócio da Nox Entretenimento, que também é de Cristiano Petribu Bivar, filho de Luciano Bivar.
Além disso, políticos citados pela auditoria receberam, para campanhas eleitorais, R$ 330 mil em 2014 e R$ 75 mil em 2016 em doações de pessoas e empresas que têm ligação com a Líder.
A auditoria também questionou pagamentos por prestação de serviços para o escritório Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça e Associados. Esse escritório foi constituído em 2013, como sucessor do escritório Luís Roberto Barroso & Associados, do qual o ministro do STF Luís Roberto Barroso era sócio. De 2009 a 2016, a Líder fez ao escritório 21 pagamentos, totalizando R$ 3,67 milhões.