O cenário externo instável, os sinais da economia brasileira fracos foram algumas justificativas para o Comitê de Política Monetária (Copom) não estabelecer um novo corte na taxa Selic. A taxa de inflação está sob controle. O cenário mostra que o IPCA acumulado em 12 meses até abril registrou variação de 2,76% e a expectativa da pesquisa Focus mostra o índice em 3,45% ao final deste ano.
A preocupação dos especialistas é com o preço do dólar que tem se elevado nas últimas semanas e é uma fonte importante de pressão inflacionária já que alguns insumos e produtos importados são cotados em moeda estrangeira.
"O cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais", disse o BC em comunicado, em meio a escalada de valorização do dólar nas últimas semanas, em decorrência do processo de alta de juros nos Estados Unidos. Salvo uma inesperada mudança de rumo, a taxa de referência americana chegará em junho a 2% pela primeira vez desde meados de 2008. O Copom ressaltou ainda que houve redução do apetite ao risco em relação aos países de economias emergentes.