Ao mesmo tempo em que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recebe apoio da Corregedoria Nacional de Justiça para levar o combate à fraude contra o DPVAT a todo o território nacional, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), composto por promotores de Justiça e policiais civis e militares, age para conter esse tipo de crime em “casa”, como mostra recente ação desencadeada no Leste mineiro.
Na segunda-feira 3, a unidade da Gaeco de Ipatinga pôs em campo a operação ‘Aranha no Deserto’, com o objetivo de desmantelar organização criminosa que fraudava o seguro DPVAT. A ação deflagrada na segunda-feira em Timóteo, no Vale do Aço, é continuação da operação ‘Perfídia’, realizada em outubro do ano passado, quando foram denunciados, entre outras pessoas, três advogados e um médico.
Para viabilizar a conclusão das investigações, a operação ‘Aranha no Deserto’ cumpriu quatro mandados judiciais de prisão temporária e sete de busca e apreensão nas residências de suspeitos. Durante as buscas foi apreendida documentação, que será analisada, além de duas armas de fogo e munição, segundo o Gaeco de Ipatinga.
Em meses de investigação, apurou-se que a organização criminosa agia de forma articulada. De acordo com o Gaeco, agenciadores/despachantes procuravam pessoas envolvidas em acidentes automobilísticos e cobravam de 30% a 50% do valor a ser recebido para, em troca, aumentar ilicitamente o valor do benefício. Com a participação de outros agentes, documentos eram fraudados para simular lesões inexistentes ou agravar as existentes. O objetivo era aumentar o valor do benefício a ser pago e compartilhar com os integrantes da organização criminosa.