Com base em dados do Ministério da Saúde de 2014, os mais recentes, o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) aponta que cerca de um terço das mortes por acidente de trânsito no Brasil concentra-se em três estados: São Paulo (16,1% do total), Minas Gerais (10%) e Paraná (7%). Mas, analisados os números de mortes em relação à frota de veículos verifica-se que a situação é mais crítica nos estados do Piauí (taxa de mortes por 10 veículos é igual a 13,62), do Maranhão (taxa de mortes de 13,19) e de Alagoas (taxa de mortes de 12,33).
Ainda de acordo com a ONSV, a cada minuto no País, uma pessoa fica com sequelas permanentes, resultantes dos acidentes nas vias e rodovias. Os inválidos permanentes foram quase 600 mil cidadãos só em 2014. Segundo o presidente da entidade, José Aurélio Ramalho, tudo que o Brasil gasta, por exemplo, com o Bolsa Família, poderia ser triplicado, se os R$ 56 bilhões que o País gasta com a violência no trânsito fossem usados nesta área, conforme informa o site da entidade.
Na avaliação de Ramalho, os reflexos negativos dos acidentes de trânsito não afetam apenas as famílias dos vitimados, mas toda a sociedade. Para a ONSV, os números de mortes por acidente de trânsito são preocupantes e levam a crer que o Brasil dificilmente atingirá a meta de redução do número de mortes estabelecida no contexto da Década Mundial de Ações para a Segurança Viária.
“Os acidentes precisam deixar de ser vistos como fatalidade e, sim, como ocorrências que podem (e devem) ser evitadas. O trânsito no Brasil está doente. E todos nós temos de nos envolver na busca de outro cenário, ou seja, na cura para este mal”, prega José Ramalho.