Isso mesmo. O Brasil tem esse quadro: Concentração em poucos bancos. Fazendo-se, desnecessariamente, que as demais instituições financeiras fiquem apenas com uma pequena participação neste Mercado. Sem que eu ouse falar, ainda, no lucro dos bancos! Lucro que corrói o tudo e a todos. Destruindo muitos inovadores empreendimentos. Sem falar, também, na fatura do cartão de crédito, que ajuda a engordar esse juro abusivo e irreal. Onde necessitamos de uma abertura dolorosa. Afinal, somos todos reféns dessa política, desses políticos e dessa mediação grotesca. Acreditando que há uma boa saída em resoluções que apoiem, inclusive, Fintechs e Insurtechs. Esperançando tudo o que se inova na finalidade da proteção da população brasileira.
Na corretagem, porém, devemos estar atentos ao comodismo. A proteção da Regulamentação profissional, não segurou as diversas brechas que criaram outros vários canais de venda e outras “vertentes” de seguro -no caso do seguro sem lastro de algumas Cooperativas e Associações, vendidos liberalmente (e deliberadamente) no Brasil. Porque os produtores erraram em se esconder atrás desse privilégio que, ufa, garantiu uma sobrevida aos pequenos intermediários de seguro. Porque acredito, ainda , que seguro somente deveria ser vendido por corretores oficiais, devidamente (re) cadastrados na Susep. E a modernização da regulamentação não aconteceu porque não interessava isso sem uma representação profissional e política. Mostrando ser um código Gagá, pra lá de velho. Afirmando-se que, com excesso de responsabilidades, o corretor perde muitos direitos. Tirando suas exemplares qualificações do mapa de massificação produtiva e que deve mudar agora, com essa postura implantada pela Susep.
No seguro, porém, entendemos o modelo de concentração quase na mesma vertente do monopólio do bancos, se bem que mais leve. Mas há um comodismo dinâmico que, somente agora, parece estar sendo quebrado pela própria visão da Pandemia, no que se refere a ligação inapropriada entre conceitos representativos distintos: Corretor/ Segurador, o que seria uma objeção mormente usual em países como o Japão. Interferindo, diretamente, inclusive, na forma que o próprio mutualismo, visto primitivo, das mesmas apólices sem lastro, se multiplicaram de Norte a Sul e de Leste a Oeste. E na concepção de como se discute a relação corretor e seguradora. Acreditando que essas mudanças são genuinamente responsabilidade da visão ultrapassada e orgânica das próprias seguradoras, ainda que sejam modernas e rompedoras de conceitos nos produtos e sistemas, pois não quebraram os estigmas que produziram a aberração, não vista em países desenvolvidos, como é o caso da linha divisória das empresas, que deveria ser ultrapassada apenas por seguradores e ninguém mais, mesmo os próprios corretores de seguro.
Em contrapartida, se ousados fossemos, a mesma atenção na área do seguro deveria ser dada à área bancária. Compreensão dada por José Ferrara da Tokio e Carlos Magnarelli da Liberty, com acréscimos de mudança e exemplos de como se fazer uma verdadeira transformação ideológica em seguradoras. Sim, bons exemplos, como Solange Paiva Vieira, que mudou o seguro por completo e, espero, para sempre. Demonstrando, pelo foco no corretor de seguros com o (re) cadastramento, a Identidade Profissional, o APP dos corretores, a composição de Normas específicas, a ruptura com posições orgânicas (e políticas); a percepção logística da indústria do seguro, as diretrizes econômicas, a visão da Educação securitária, a criação de normas desafiadoras – como o Rating que avalia as seguradoras, a abertura para novas congêneres com capital menor, etc. Sendo absolutamente qualificada em fazer o que está fazendo de melhor nesta Área Produtiva. Falando muito pouco e fazendo muita ação, como é da característica dela mesma, mas sob forte pressão daqueles que se sentiram prejudicados, com muitas ilações sobre a sua personalidade e pouca comprovação dos fatos que não se viram, desenvolvida pelo stress que deixou em quem perdeu o rumo, talvez, por alguma condição de atuação. Mas, evidentemente, até por justiça, não tem perdido sequer uma causa na justiça, nos últimos meses. Sendo incomparável a atuação da Susep de hoje com, ouso, qualquer atuação quantitativa de Normas de qualquer outra gestão da mesma autarquia, segundo a minha opinião. Com nota de discordância, e com uma crítica que devo fazer, apenas na questão da abertura para a autorregulação dos corretores de seguro. Pois, ao meu ver, com toda a vênia merecida a maior gestora que eu conheci na Susep, a profissão não estava preparada para um fato tão importante, salutar e que deveria ser desenvolvida em outro momento e, talvez, de outra maneira. Mas acertar tudo e agradar a todos não é uma condição humana, de gerar perfeição por atos contínuos. Se bem que o (re) cadastramento recebeu 88% de aprovação, o que é absurdamente alta a aprovação, no maior site de corretores do mundo, ainda pode haver um pequeno número de corretores que não a apoie e isto é democrático. Mas devo encerrar os elogios as pessoas, sem faltar um nome importante, que represente uma parcela de bons nomes, e que, sob indicação da CNSEG, remonta um estrategista em excelência, que é o presidente Márcio Coriolano, que deu a nota tônica à possibilidade de mudanças na área.
E é justamente pela abordagem dinâmica dos que se vêem contrariados, nessa relação, que está a verdadeira solução. No caso da concentração bancária, podemos dizer que há uma parcela de culpa nos demais bancos com 20%. No caso das seguradoras, idem. Há seguradores tristes com a condição mínima. E o fato é que nem tudo o que existe está num balaio só de vontades. Enquanto a maioria dos grandes seguradores não ultrapassa a linha demarcada pela franca exposição desses sintomas, uma pequena parcela da grande minoria, dessa Meditação Concentrativa, faz de conta que não existe o problema, para sua própria perda. Exatamente assim, há um jogo desigual, pois o boi grande deixa o bezerro carregar o seu fardo, mas o terneiro não berra o berro que faz o agricultor mover a concentração desse peso. Porque, como diz o ditado popular: Quem não chora, não mama!
Dou exemplos. Em 2014 eu enviei para o Senado Federal um Projeto de RCF obrigatório, com livre escolha do segurado, que contemplasse Danos Materiais a terceiros, através da ex- senadora Ana Amélia Lemos. Mas na Nota Técnica do Senado nº 1.725, de 2014, simplesmente se disse, resumindo, que o que tinha aqui era o que realmente precisávamos. Então, como pode uma Lei que contemple Danos Materiais, Corporais, APP Morte e Invalidez, que desafogue o judiciário e sirva a população de verdade, trazendo riqueza, serviço social, pagamento de médicos e hospitais, além de uma verba para pagar a morte da vítima e desonerar o governo, vendido por corretores, sem um único pool de empresas em que o segurado é obrigado a comprar, ser pior do que este seguro Obrigatório de veículos feito no Brasil e amplamente criticado? Ou quando participei do GT da corretagem, na Susep, durante meses de discussão a fio e a Norma nunca ter saído do papel? Porque há uma diferença entre o que a população poderia querer e a posição que se tomou no lugar e é o Governo e o Congresso quem demanda pelo povo. Mas, executivamente, no Governo; ou mesmo, ainda, em outro exemplo, que de forma legal, como pode o representante do profissional receber a comissão no lugar do representado? Por que os corretores de seguro do Brasil não vendiam o seguro Obrigatório de Danos Causados por Veículos? Aliás, não vou usar o termo data venia -aqui – por considerar que realmente foi um erro de posição que muito nos custou. Sendo comissões, honra e produção. E se as congêneres não tivessem admitido isso que aconteceu e o provável lucro para cada uma delas seria muito maior do que ocorreu no período: Aumentaria a produção de outros seguros, diminuiria a fraude, educaria o consumidor de seguros e teríamos, no mínimo, um mercado- hoje – maduro, envolvente, dinâmico, sem inconvenientes perceptivos, que afoguem CPI’s, investigações, fraudes, etc e altamente produtivo.
Mas eu vou encerrar da seguinte forma: Toda essa conjuntura de desafios deve enfrentada diuturnamente. Não adiantando ficar sentado vendo o trem passar. A maravilha de uma mudança significativa tem a ver com o envolvimento de toda a sociedade nos argumentos que perfazem as necessidades desta nação. Pois, neste momento de pandemia, o maior de todos os erros é, exatamente, não perceber que o mundo mudou e precisa de maiores pontes, mais planejamentos, mais solucionadoras e que trabalhem com a Liberdade Empresarial e o Direito do Consumidor. E a virtude está justamente aí e eu, particularmente, apesar dos quase 60 anos, estou com uma energia muito grande para enfrentar esses desafios e quebrar PRECONCEITOS, PARADIGMAS E MOMENTOS DE CONCORRENCIAIS!
A concorrência, por sorte, é boa para todos os seres humanos e a concentração é perigosa para no nosso Brasil!
Armando Luis Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros