Economia, Seguros
21/11/2024
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Workshop da gente: Economista-chefe do Banco Santander analisa desafios e oportunidades para o Brasil e para o mercado de seguros

Clayton Calixto, economista-chefe do Banco Santander, compartilhou insights sobre o cenário global e nacional, apontando como as tendências econômicas podem impactar o mercado de seguros nos próximos anos

Fonte: Júlia Senna/JRS

Clayton Calixto, economista-chefe do Banco Santander, integrou o time de palestrantes do XII Workshop da gente seguradora, na tarde do dia 20 de novembro, no Estribo Hotel Estância, em Santo Antônio da Patrulha (RS). Com a palestra “Perspectivas Econômicas para 2025”, ele promoveu uma análise ampla, com insights sobre o cenário global e nacional, apontando como as tendências econômicas podem impactar o mercado de seguros nos próximos anos.

Clayton iniciou abordando a economia global, destacando os reflexos da pandemia. “Os incentivos gerados pelas principais economias do mundo ainda têm impacto. O crescimento global foi de 3% em 2024, com destaque para a economia chinesa, que cresceu 5% acima da média global”, explicou. O especialista também destacou que a desaceleração da inflação em países desenvolvidos, acompanhada pela queda nas taxas de juros, deve beneficiar economias emergentes, como o Brasil.

O Brasil em 2025: Desafios Internos e Externos

No cenário doméstico, Clayton destacou três pilares principais: inflação, PIB e gastos do governo.

Inflação: Apesar da desaceleração observada, a inflação no Brasil segue acima da meta de 3% nos últimos anos. Em 2024, fatores como a catástrofe no Rio Grande do Sul e a seca severa no Nordeste, que impactaram os preços da carne e a energia hidrelétrica, levaram a uma inflação de cerca de 5%. “Para países acostumados com inflação de 0% a 1%, como na zona do euro, 5% é muito. No entanto, para nós, com nossa história inflacionária, o impacto é diferente, mas ainda preocupante”, apontou.

PIB: A expectativa de crescimento do PIB brasileiro para 2025 foi ajustada para 2%, uma desaceleração em relação aos 3% projetados anteriormente. A alta taxa de juros, necessária para conter a inflação, afeta o poder de consumo das famílias e, consequentemente, impacta mercados como o de seguros.

Gastos do Governo: A continuidade de programas sociais como o Bolsa Família e o pagamento de precatórios geraram crescimento nos últimos anos, mas a responsabilidade fiscal segue como um ponto de tensão. “Gastamos mais do que arrecadamos, o que eleva a dívida pública a patamares altos. Controlar os gastos públicos é essencial para manter um crescimento sustentável”, afirmou.

Impactos para o mercado de seguros

O economista trouxe uma análise específica para o setor de seguros, destacando melhorias graduais em algumas variáveis importantes:

Prêmios de seguros automotivos: Dados mostram uma tendência de melhora, com a média móvel de 3 meses indicando um avanço mais acelerado e a de 12 meses sugerindo estabilização.

Emplacamento de veículos novos: Segundo dados da Fenabrave, há um crescimento gradual no número de veículos novos em circulação, o que está diretamente ligado ao aumento da massa de rendimento das famílias e deve beneficiar o mercado de seguros.

Confiança do consumidor: O Índice de Confiança da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra uma estabilidade para os próximos 6 meses, refletindo otimismo moderado quanto à recuperação econômica.

“Esses indicadores revelam um cenário desafiador, mas com oportunidades concretas para o mercado de seguros, especialmente em segmentos como o de automóveis”, concluiu Clayton.

A palestra reforçou a importância de o setor acompanhar de perto as tendências econômicas e adaptar suas estratégias para um contexto de crescimento mais moderado, mas com estabilidade em algumas variáveis-chave. O evento seguiu com debates e apresentações que exploraram os desdobramentos dessas perspectivas para o mercado de seguros.

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