Violência no trânsito brasileiro faz mais vítimas que guerra

As mortes no trânsito no Brasil superaram de longe o número de mortes de soldados americanos em 16 anos da Guerra do Vietnã (de 1959 a 1975). Quem faz essa comparação é o presidente do Conselho Superior da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), Mauro César Batista. Naquela época – fundamenta – foram 58 mil falecimentos em combate contra mais de 80 mil vidas ceifadas no trânsito do Brasil em apenas dois anos.

Utilizando dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), atualizados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) em 2016, o acadêmico observa que o custo do trânsito violento no Brasil é de R$ 56 bilhões, dispendidos anualmente. “Quem paga esta conta são todos os brasileiros”, apontou Mauro Batista ao falar sobre ‘As perdas produtivas com morte e invalidez prematura e os acidentes de trânsito no Brasil’, no 12º Congresso Brasileiro de Medicina de Tráfego, evento encerrado no domingo de 15 de setembro, em Mata de São João (BA), com organização da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

“No prazo de um ano, só nas rodovias federais brasileiras, ocorreram 170 mil acidentes de trânsito que geraram um custo de R$ 12,3 bilhões”, disse o acadêmico. Segundo ele, 64,7% desse custo estavam associados às vítimas dos acidentes, com atendimentos em hospitais e perda de produção devido às lesões ou morte, e 34,7% eram relacionados aos veículos, com danos materiais, perda de cargas e procedimento de remoção.

Mauro Batista comentou ainda que com esse dinheiro seria possível construir 1.800 hospitais com capacidade para atender 450 mil pessoas por dia. “Seriam 164 milhões de pessoas por ano atendidas”, concluiu.