Os acidentes de trânsito estão mutilando menos brasileiros, como revelam as estatísticas da Seguradora Líder. Os números de novembro, recém-divulgados, mostram recuo de 27% no número de indenizações de invalidez permanente pagas pelo seguro obrigatório DPVAT no décimo primeiro mês do ano: 21.317, contra 29.184 ocorrências em novembro de 2016.
A tendência de desaceleração na quantidade de sequelas, aliás, vem se consolidando neste semestre. Em julho, foram menos 9%. Em agosto, o quadro foi de estabilidade (+1%), para, em setembro, cair 31,6%. E voltou a cair no mês seguinte, de 27.033 em outubro último para 22.453 casos em outubro do ano passado. Cerca de 60% do dinheiro que o seguro DPVAT direciona para indenizações são gastos com invalidez permanente de pessoas tombadas em motocicletas e pelo automóvel no asfalto.
Se de um lado a violência do trânsito está incapacitando fisicamente, parcial ou totalmente, menos trabalhadores, por outro aumentou os casos fatais. Os veículos estão tirando a vida, literalmente, de mais pessoas nas vias do País. Em novembro, o DPVAT indenizou 3.387 mortes, 4,1% acima dos 3.255 óbitos ocorridos em idêntico mês de 2016. É uma tendência que está se solidificando nessa segunda metade do ano. Em julho, os casos fatais no trânsito subiram 42%, percentual repetido em agosto. Em setembro a intensidade da tragédia foi menor, ao crescer 8,5%. Novo aumento em outubro, para 11% e agora, em novembro, a taxa aumentou 4,1%. A continuar esse grau de letalidade dos acidentes, 2017 estará marcado pela volta do recrudescimento das mortes no asfalto, depois de sucessivos declínios desse índice entre 2013 e 2016.
Sob influência da queda nos registros de invalidez permanente, contrariando a série histórica da Seguradora Líder, que vinha apontando sucessivos aumentos anuais desse indicador, puxados pelos acidentes com motocicletas, o seguro DPVAT, no total, pagou menos indenizações em novembro: 29.600, ante o montante de 37.018 no mês similar de 2016. A baixa das ocorrências entre os períodos confrontados não foi pequena, chegou a menos 20%. A taxa vem mantendo-se em dois dígitos ao longo desse semestre, desde setembro (-24,6%). O mês de outubro bateu em -10,8%.
No mesmo novembro último, o número de vítimas de acidentes de trânsito que recorreram à cobertura médico-hospitalar do DPVAT subiu 6,9%, segundo dados da Seguradora Líder. O pulo foi de 4.579 para 4.896 casos entre os meses comparados. Tal alta tem sido observada neste segundo semestre do ano. Em julho, a quantidade de indenizações pagas com despesas médico-hospitalares subiu 32%; em agosto, 24%. Em setembro, uma trégua: alta de apenas 1,8%, para em seguida, em outubro, saltar para 12,6%.