Deixar o celular fora do alcance tem sido a única saída das pessoas para não cair na tentação de olhar uma mensagem recebida ou postar algo nas redes sociais. Adriana Aguilar tomou uma atitude radical. Antes de sair de casa checa o caminho no aplicativo Waze e guarda o telefone na mochila dentro do porta-malas. “Assim eu evito a tentação de fazer do carro um escritório durante o caminho. Aprendi a duras penas”, conta ela, citando duas colisões por se distrair com o smartphone.
Cada vez mais o celular assume o papel de vilão dos acidentes de trânsito. Uma pesquisa encomendada pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, ao Datafolha, avaliou a percepção da população brasileira sobre o trânsito no País e levantou as principais necessidades. Educação no trânsito é uma das prioridades citadas pela sociedade. O Datafolha ouviu 2.606 pessoas em diversas regiões do Brasil entre os dias 13 e 21 de junho de 2018.
Na percepção dos brasileiros, nos últimos dois anos, houve aumento no uso do celular ao dirigir, assim como o consumo de álcool. Para 72% dos brasileiros entrevistados, o uso do celular no carro enquanto se está dirigindo é a infração que mais cresceu nos últimos anos. Em seguida, a população sinalizou como principais causas de acidentes a velocidade acima do permitido (55%) e a direção sob efeito de bebidas alcoólicas (51%).
Cerca de 78% dos entrevistados reconhecem que o uso de celular ao dirigir provoca muitos acidentes de trânsito. Para 70% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa, o consumo de álcool é responsável por grande parte dos acidentes e não diminuiu com a fiscalização com bafômetro e o aumento da multa.
Os motociclistas também são citados como vilões. Cerca de 63% da população acredita que a maioria dos motociclistas não respeita as regras de trânsito e está sempre conduzindo o veículo em alta velocidade. Segundo dados do DPVAT, os acidentes com motocicletas foram responsáveis por 74% das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT.
Os pedestres e os ciclistas também têm sua parcela de culpa nos acidentes, segundo 55% dos entrevistados. Segundo a pesquisa, os pedestres também são vítimas de acidentes de trânsito, pois não prestam atenção nos semáforos para atravessar ou realizam a travessia fora das faixas de pedestre. 51% das pessoas ouvidas no estudo opinaram ainda sobre os acidentes envolvendo ciclistas. Para elas, a maioria das ocorrências acontece porque os ciclistas circulam fora da ciclo faixa ou de vias próprias.
Uma das sugestões dos entrevistados para melhorar esses indicadores é ter penalidades mais duras, afirmaram 75% dos brasileiros. Cerca de 54% dos entrevistados consideram que a fiscalização no trânsito no Brasil ainda é ineficiente e só serve para alimentar a indústria das multas e aumentar a arrecadação dos governos. 44% da população acreditam que os limites de velocidade não resolvem os problemas de segurança de trânsito.
O estudo também avaliou o conhecimento da população sobre o Seguro DPVAT. Cerca de 83% dos brasileiros afirmaram conhecer o Seguro DPVAT. 69% revelaram saber que qualquer pessoa que seja vítima de um acidente de trânsito que tenha danos corporais ou morte terá direito ao pagamento de uma indenização em dinheiro pelo Seguro DPVAT.
Os entrevistados, 64%, também garantiram ter conhecimento de que o DPVAT oferece coberturas para: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares em casos de acidentes de trânsito para motoristas, passageiros e pedestres.
No entanto, apenas 24% dos ouvidos admitiram saber que, do total arrecadado com o seguro, 45% são repassados ao SUS, para atendimento médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito em todo País, e 5% ao Denatran, para programas destinados à prevenção de acidentes e educação no trânsito. Segundo a pesquisa, o conhecimento sobre o DPVAT ainda é maior entre homens, com 25 anos ou mais, de maior classe econômica, e condutores de veículos.
Fonte: Sonho Seguro