Depois de uma sequência de boas notícias sobre a inflação, investidores em todo o mundo voltam as atenções para os bancos centrais. Nos Estados Unidos e no Brasil, os dados mais recentes mostraram alívio nos preços e reforçaram a expectativa de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim.
Nos Estados Unidos, a inflação subiu menos do que o esperado, com destaque para a desaceleração nos serviços. Já os bens não duráveis, como alimentos e combustíveis, tiveram leve alta por causa do impacto das tarifas sobre os preços. Ainda assim, o resultado geral foi considerado positivo e mostrou uma trajetória mais controlada dos preços.
No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de outubro também veio abaixo das previsões. A boa surpresa veio dos serviços, que finalmente começaram a ceder após meses de resistência. Essa melhora trouxe otimismo e reforçou a percepção de que o processo de desinflação segue firme.
Tatiana Pinheiro destaca que esta semana será marcada por uma rodada de decisões de política monetária em várias economias. O principal foco está na reunião do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, que acontece na quarta-feira. Segundo a economista, a inflação mais favorável deve levar o Fed a manter a sinalização feita em setembro e reduzir a taxa básica de juros para 4%.
A economista avalia que, com o fim da paralisação do governo americano e a retomada dos indicadores econômicos, a decisão de dezembro deve ser uma pausa. Até lá, a atividade deve seguir aquecida e a inflação permanecer acima da meta, o que deve levar o Banco Central americano a agir com cautela.
No Brasil, a semana também será movimentada, com a divulgação de novos dados de mercado de trabalho, crédito, inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e contas públicas do governo central e do setor público consolidado. Esses números ajudarão a indicar o ritmo da economia e calibrar as próximas decisões do Banco Central.
A agenda internacional se completa com as decisões de política monetária do Banco Central Europeu, do Japão e da Colômbia, que devem encerrar a semana mantendo suas taxas de juros atuais.