Os veículos elétricos estão ocupando, cada vez mais, espaço no mercado brasileiro devido ao maior interesse por carros cheios de tecnologia que poluem menos o meio ambiente. Atualmente, os carros elétricos representam cerca de 7% do total da indústria automotiva, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Com o crescimento exponencial dos veículos elétricos, por consequência, as vendas de seguros para eles também têm aumentado. Atualmente, a precificação do seguro do carro elétrico é similar ao preço dos veículos a combustão.
Os critérios levados em conta na precificação do seguro do carro a combustão consideram modelo do veículo, atividade (comercial ou particular), região de circulação do automóvel, perfil do motorista, finalidade (passeio ou uso profissional), entre outros.
Quanto mais dados de sinistros (colisões e roubos, por exemplo) de modelos elétricos, melhor para a compreensão dos riscos, inclusive da tecnologia envolvida nos veículos híbridos e elétricos, e para a mensuração do preço do seguro. O problema é que o número de registros de acidentes, colisões e roubos com carros elétricos ainda é pequeno.
Do total de ocorrências com sinistros (acidentes) registrados no Brasil com automóveis em 2024, apenas 0,77% envolveu carro elétrico, de acordo com dados da Cilia Tecnologia, responsável por 70% dos orçamentos de sinistros do País, considerando todos os veículos (combustão, elétricos, híbridos).
Um item de bastante atenção é a bateria dos carros elétricos, de íons de lítio. Quando superaquecida, há o risco de incêndios de difícil controle. Por esse motivo, exige-se um amplo espaço, com distância de cinco metros de um carro elétrico para outro, evitando o efeito dominó em um suposto caso de incêndio.
Também recomenda-se um local aberto, sem laje, com técnicos devidamente certificados para lidar com altas descargas de energia e com os equipamentos previstos na legislação para oficinas de carros elétricos. Tudo isso requer alto investimento.
No Brasil, há em torno de 140 mil oficinas da rede particular que atendem carros a combustão. Menos de 10% lidam com veículos elétricos na rede particular. Por enquanto, a maior parte dos serviços em carros elétricos está sendo feita pela rede de concessionárias do fabricante.
Há especialistas no assunto que acreditam que a tecnologia de segurança dos carros elétricos, no médio e longo prazo, deve resultar na redução de colisões e até de roubos, equilibrando o preço do seguro para carro elétrico com o preço do carro a combustão, mesmo considerando o perigo e risco da bateria de íons de lítio.