Após o olho do furacão Milton deixar a Flórida (EUA), a Fitch Ratings estimou que a catástrofe deixou entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões em perdas seguradas. O dano se soma à tragédia humanitária, com 16 mortes confirmadas até a manhã desta sexta-feira (11).
Os gastos das seguradoras americanas para cobrir os prejuízos deixados pelo furacão será – caso se confirme a projeção – no mínimo 30 vezes maior que todas as despesas das seguradoras brasileiras voltadas às perdas no Rio Grande do Sul, devastado por chuvas e enchentes no primeiro semestre deste ano.
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), até no fim de setembro os pedidos de indenizações dos gaúchos atingidos pela tragédia superaram R$ 6 bilhões (pouco mais de US$ 1 bilhão).
A entidade avalia, no entanto, que este valor pode ainda ir a cerca de R$ 8 bilhões, a depender de novas solicitações de seguros de Grandes Riscos. Estas coberturas demoram para ser quantificadas já que alguns deles, por exemplo, atendem a perdas de receita de empresa, que precisam de um processo de auditoria.
No Rio Grande do Sul, a maior parte dos danos segurados estiveram relacionados a grandes riscos (R$ 3,2 bilhões), seguido por automóveis (R$ 1,2 bilhão), residencial (R$ 601 milhões) e agrícola (R$ 177 milhões).
Nos EUA, a discriminação das perdas depende do efetivo acionamento dos seguros – produtos que têm adesão consideravelmente mais alta que no Brasil.
Ainda de acordo com a Fitch, as perdas pelo Milton somadas aos prejuízos que resultaram do Helene devem superar US$ 100 bilhões. O Helene deixou ao menos 235 mortes em seis estados dos EUA – sendo o segundo furacão mais mortal a atingir o país nos últimos 50 anos, atrás apenas do Katrina (2005).