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29/05/2018
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O que mostrou a greve dos caminhoneiros?

Desde o dia 21 de maio, o país começou a acompanhar a manifestação dos caminhoneiros contra o preço do Diesel…

Desde o dia 21 de maio, o país começou a acompanhar a manifestação dos caminhoneiros contra o preço do Diesel. Foram feitos bloqueios em rodovias federais e em mais de 40 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo. Os grevistas permitiam apenas a passagem de carros, ônibus e ambulâncias.

Os caminhoneiros pedem mudanças na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras e redução da carga tributária para o diesel. Com essa nova política, os valores dos combustíveis sofrem alterações diárias que acompanham a cotação internacional do petróleo e a variação do câmbio.

Em todo o país há registros de falta de alimentos em supermercados e de combustível – as principais cidades do país estão com os postos de gasolina fechados -, o transporte coletivo em diversas cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados por falta de combustível nos aeroportos.

O imbróglio deixou exposto que faltam lideranças políticas no país. As reações do governo e do Congresso deixaram claro que faltam interlocutores com capacidade para contornar uma crise como essa. Na quinta-feira, dia 25, o governo propôs um acordo prevendo redução de 10% do preço do óleo diesel nas refinarias e reajuste do preço com periodicidade mínima de 30 dias.

A partir disso, a cada 30 dias, a Petrobras passa a estipular o preço que será cobrado nas refinarias ao longo do mês. Os cofres do governo vão compensar a Petrobras por eventuais perdas e a estimativa é de que repasse R$ 4,9 bilhões à estatal até o final do ano. Um valor considerável para quem está com dificuldades para sanar as contas públicas.

A nova política de reajustes, adotada pela Petrobras em julho do ano passado, é bem-vista por investidores por acompanhar o padrão adotado em outros países. Analistas dizem que fazer alteração dessa política agora seria interpretado como intervenção do governo na estatal.

Como o dólar e o preço do óleo tiveram oscilações, o valor do diesel saltou. Em um mês, o litro do diesel na bomba subiu 4,9%, de R$ 3,42 para R$ 3,59, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Mesmo com o acordo proposto, os caminhoneiros decidiram manter a paralisação e o governo determinou o uso de forças federais para desbloquear estradas, ocupadas por caminhoneiros em greve.

Efeitos

Como em um sistema engrenado, quando uma peça falha, tudo para. Assim foi com a greve dos caminhoneiros. O abastecimento foi afetado. Supermercados de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo registraram aumento de preços em produtos de hortifrútis. Os produtos não estavam chegando às cidades.

Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) houve redução na entrega. O preço do saco de batata subiu mais de 150% no atacado da Ceagesp durante os dias de paralisação. Na Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa) a notícia era que os afetados foram couve e batata, entre outros produtos, que começaram a faltar. No Rio de Janeiro, o saco de 50 quilos de batata chegou a ser negociado a R$ 500.

No fechamento da edição dessa Newsletter, não havia sinais de solução para o problema mesmo com a proposta do governo em atender mais reivindicações dos caminhoneiros.

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