O mercado segurador voltou a crescer dois dígitos no ano pela primeira vez desde 2015. Nos primeiros sete meses de 2019, o segmento atingiu receita de R$ 151 bilhões, um aumento de 11,3% sobre o mesmo período de 2018.
Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Segundo a entidade, uma das maiores contribuições veio do segmento de Pessoas, que subiu 13,7% na mesma base de comparação.
No produto Vida Gerenciador de Benefício Livre (VGBL), o avanço foi de 14,6% e o segmento de Danos e Responsabilidade demonstrou um aumento de 6% na relação. Os títulos de capitalização, por sua vez, subiram 12,7%.
A arrecadação do setor segurador foi de R$ 151 bilhões (sem Saúde e DPVAT) de janeiro a julho de 2019, alta de 11,3% sobre o mesmo período do ano passado. Foi a primeira vez que a taxa no ano voltou a crescer dois dígitos desde 2015, informa o presidente da Confederação das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, em editorial da publicação Conjuntura CNseg (11). Se comparado ao mês de junho de 2019, a receita evoluiu 16,8% e, em relação a julho de 2018, a expansão foi de 29,2%.
De acordo com o presidente da Confederação, Marcio Coriolano, o mercado tem se esforçado em demonstrar para a sociedade e para o poder público a forte contribuição que o segmento tem a dar ao País.
“Ao lado das reformas de todas as dimensões que estão acontecendo e que ainda acontecerão no Brasil, é preciso incluir os seguros privados como medidas macro e microeconômicas, nas agendas dos [poderes] Executivo e Judiciário”, comenta Coriolano.
Ainda conforme informações da CNSeg, a arrecadação total do mercado segurador, sem os números de saúde suplementar, atingiu R$ 25,707 bilhões, aumento de 28,1% em relação ao mesmo mês de 2018 (de R$ 20,062 bilhões).
Inovação tecnológica
Para os executivos do setor, grande parte da evolução do mercado deve vir pelos avanços tecnológicos.
Segundo a executiva responsável pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange Paiva Vieira, é preciso buscar inclusão social, crescimento e disrupção.“Todos nós estamos correndo para nos adaptarmos às novas tendências tecnológicas. Nós, como órgão de governo, temos nossas limitações orçamentárias, mas não basta que apenas a Susep pense diferente e queira inovação. Todo o setor precisa ir atrás disso”, avalia a executiva.
Para o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados (Fenacor), Armando Vergílio dos Santos Junior, porém, é preciso cautela em relação à implementação da inovação e das renovações tecnológicas no mercado.
“Disrupção não pode ser sinônimo de descumprimento de regras primordiais nem de conduta do segmento. Não estamos em um mercado regular à toa. Apesar desse momento contemporâneo trazer vários desafios e exigências, precisamos sempre buscar crescimento e sustentação”, conclui.