A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, ressalta na coluna Fique de Olho de 7 de outubro de 2025 a paralisação de alguns serviços públicos nos Estados Unidos ocorrida há uma semana.
O impacto imediato da paralisação foi a não divulgação de indicadores importantes, como os dados do mercado de trabalho, que deveriam ter sido publicados em 3 de outubro de 2025. Com isso, o mercado ficou limitado às informações do setor privado, que registrou pelo segundo mês consecutivo demissões líquidas, reforçando a expectativa de cortes de juros em outubro.
Apesar disso, Tatiana Pinheiro destaca que a Galapagos Capital mantém a previsão de uma pausa na taxa de juros no próximo mês, e não um corte, devido à inflação ainda pressionada e a outros indicadores que mostram a resiliência da economia americana.
“O mercado de trabalho nos Estados Unidos está enfraquecendo, mas a demanda permanece aquecida, o que deve levar o banco central a adotar uma postura mais cautelosa”, afirmou a economista.
No Brasil, a semana também trouxe avanços relevantes. A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que isenta do imposto de renda pessoas físicas com renda de até R$ 5 mil por mês a partir do próximo ano. A proposta agora segue para análise no Senado.
Entre os indicadores econômicos nacionais, a produção industrial registrou crescimento na margem, mas Tatiana Pinheiro avalia que se trata mais de um efeito rebote do que de uma recuperação consistente da atividade econômica. “Seguimos observando uma desaceleração da economia”, afirmou.
A atenção dos investidores se volta novamente aos Estados Unidos, com a expectativa de divulgação da ata da primeira reunião do FOMC que contou com a participação do diretor indicado por Trump, Miran. O mercado observa atentamente a influência dele nos debates.
No Brasil, também será divulgado o IPCA de setembro. A expectativa é de alta de 0,56%, influenciada pelo fim do desconto de Itaipu nas contas de energia elétrica. Sem esse efeito, a inflação teria ficado entre 0,20% e 0,30%, próxima da meta de 3%, reforçando a percepção de estabilidade no cenário inflacionário.