No mês do Maio Amarelo, campanha nacional voltada à conscientização por um trânsito mais seguro, os holofotes se voltam para quem mais sofre nas ruas: quem anda sobre duas rodas. Motociclistas e ciclistas lideram as estatísticas de acidentes graves — e fatais — tanto em áreas urbanas quanto em rodovias do Brasil.
A busca por alternativas mais econômicas e ágeis diante do trânsito pesado e do combustível caro tem levado milhares de brasileiros a adotarem motos e bicicletas como principal meio de transporte. Mas a falta de infraestrutura e de respeito à vida de quem pedala ou pilota expõe esses grupos a riscos diários.
Os números falam por si. Dados da plataforma Infosiga (Detran-SP) mostram que, só no primeiro trimestre de 2025, o estado de São Paulo registrou 625 mortes de motociclistas, um aumento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, 100 ciclistas perderam a vida no trânsito paulista, alta de 9,9%.
No cenário nacional, o quadro é ainda mais alarmante. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), publicados em reportagem do Diário do Transporte, foram 73.156 acidentes com motos nas rodovias federais em 2024, resultando em 6.160 mortes e 54.526 feridos.
Das ocorrências fatais, 2.024 envolveram motociclistas, representando 31% de todas as mortes no trânsito em rodovias federais.
Entre os fatores apontados como causa dos acidentes, sonolência, ingestão de álcool ou drogas e mal súbito foram responsáveis por cerca de 13 mil ocorrências, resultando em 881 óbitos.