Economia
30/06/2025
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Fique de Olho: Fim do decreto do IOF, juros altos e pressões inflacionárias marcam a semana econômica

Na análise da economista Tatiana Pinheiro para a coluna Fique de Olho, destaque para a revogação do decreto do IOF, a firmeza do Banco Central (BC) diante da inflação e os desdobramentos internacionais que impactam diretamente o Brasil.

A nova edição da coluna Fique de Olho, publicada pela UrGente em parceria com o Gente Grupo, traz uma análise da economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, sobre os fatos que estão movimentando a economia global e nacional.

Um dos principais destaques é a revogação do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com isso, o custo das viagens internacionais foi parcialmente reduzido. Cartões de débito internacionais pré-pagos voltam a ter alíquota de 3,38%.

Já as remessas de recursos de brasileiros para contas no exterior retornam à alíquota de 1,1%. O mesmo se aplica aos aportes em planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e às operações de risco sacado, que permitem que empresas financiem seus fornecedores, ambas voltando a ter IOF de 0,6%.

Esse movimento abre espaço para novas decisões do governo: ou cortar mais gastos para compensar a queda na arrecadação, ou insistir na reoneração por meio de medida provisória, projeto de lei ou até via questionamento no Superior Tribunal Federal (STF). Os próximos passos ainda estão indefinidos, mas devem ganhar contornos mais claros ao longo da semana.

No cenário doméstico, a semana passada foi marcada por uma enxurrada de dados econômicos. A ata do Copom e o Relatório de Política Monetária reforçaram a postura dura do Banco Central: a Selic foi mantida em 15%, e o BC sinalizou que a taxa deve permanecer nesse patamar por um período prolongado para trazer a inflação para a meta de 3%.

O IPCA-15 de junho surpreendeu positivamente, vindo abaixo das expectativas. Com isso, a inflação deve apresentar alívio nos próximos meses. No entanto, o foco da política monetária segue sendo a inflação de serviços, que ainda gira entre 6% e 7% – muito acima do desejado.

No exterior, o grande alívio foi o cessar-fogo entre Israel e Irã, reduzindo a pressão sobre os preços do petróleo, o que é um fator-chave para a inflação global. Com o barril recuando ao patamar anterior ao conflito, aumenta-se a expectativa de cortes nos juros no cenário internacional.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, reforçou sua postura cautelosa no Congresso. O FED (banco central americano) quer observar os efeitos das tarifas de importação sobre a inflação antes de retomar os cortes de juros. Ainda assim, o mercado espera duas reduções até o fim do ano, concentradas no quarto trimestre.

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