A nova edição da coluna Fique de Olho, publicada pela UrGente em parceria com o Gente Grupo, traz uma análise da economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, sobre os fatos que estão movimentando a economia global e nacional.
Um dos destaques mais preocupantes é a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, no último sábado, 21 de junho. O grande ponto de atenção agora é como o Irã vai reagir diante dessa escalada. O foco recai sobre o Estreito de Ormuz, controlado pelo Irã. Se fechado, pode comprometer o escoamento de aproximadamente 20% da produção mundial de petróleo — o que teria forte impacto inflacionário.
Tatiana Pinheiro explica que o petróleo não está apenas presente na cadeia energética, mas também em praticamente toda a cadeia produtiva: plásticos, produtos químicos, fertilizantes, tecidos, entre outros. Por isso, um choque no preço do barril afeta diversos setores da economia. Já há estimativas indicando que o barril pode chegar a US$ 90 ou até US$ 100, caso o estreito seja bloqueado.
Na economia interna, o Banco Central brasileiro elevou a taxa básica de juros para 15%, movimento que já era esperado pelo mercado. Com isso, encerrou o ciclo de alta, adotando uma postura de manter a taxa elevada por um período prolongado.
A projeção da Galapagos é de que o Banco Central só comece a cortar juros no final do ano. Isso dependerá, em grande parte, do ritmo da atividade econômica dos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (banco central americano) manteve os juros inalterados e reafirmou a expectativa de dois cortes ainda em 2025. Para a economista da Galapagos Capital, esses cortes devem ocorrer no fim do ano, caso a economia americana dê sinais de arrefecimento.
Nesta semana, haverá o depoimento do presidente do Federal Reserve ao Congresso americano, durante a tradicional audiência semestral sobre política monetária. Também será divulgada a inflação do PCE (gasto com consumo pessoal), principal indicador observado pelo Federal Reserve para definir os rumos da taxa de juros.
No Brasil, o destaque será a divulgação da ata da reunião do Copom e, na quinta-feira, do Relatório de Política Monetária (antigo Relatório de Inflação), no qual o Banco Central deve detalhar sua projeção de inflação de longo prazo. A expectativa é que o relatório aponte o grau em que a inflação está acima da meta e quais medidas serão adotadas para reconduzi-la aos níveis desejados.
Ao longo da semana, também serão divulgados novos dados de atividade econômica e informações sobre a política fiscal no Brasil.