Eu fiz uma pergunta, será que alguém poderia provar para o consumidor brasileiro que ele – o DPVAT – ainda é necessário?
Eu sinceramente acho que este tipo de seguro não ajuda muito. A verdade é nua, neste sentido. E tenho muitos motivos para acreditar que o manejo do dinheiro público deveria ter melhor controle desta nossa população. Pois:
1 – Fraudes. Fraudes. E muito mais fraudes. Relatórios inteiros de fraudes. E há zumbido nos ouvidos dos inconformados com a injustiça.
2 – Não estimulou a concorrência.
3 – Não estimulou o empreendedorismo.
4 – Não obteve uma importância segurada irrelevante. O beneficiário ficou com uma indenização pífia. Era necessário ter corrigido a distorção da realidade.
5 – Não estimulou a massificação do seguro.
6 – Foi tratado excessivamente de maneira política.
7 – Sobrecarregou o judiciário em lides grotescas e decisões não unânimes.
8 – No passado, sem corretor na intermediação. Hoje, os corretores não desejam mais participar dessa aventura varonil. E os corretores, que deveriam receber a comissão do produto, foram deixados de lado. Incrível. Aliás, quero saber: Onde foi parar a comissão da corretagem? Porque, me parece, houve pagamento da comissão.
9 – Não valorizou as seguradoras brasileiras, que não queriam participar deste consórcio.
10 – Tem chamado atenção da Polícia. Ou não tem?
11 – Tem chamado atenção do Legislativo. Ou não chamou a atenção?
12 – Definitivamente, chamou atenção da SUSEP. Mas será que ela fez tudo o que deveria fazer?
13 – Chamou atenção de todo o governo. Disso eu tenho certeza. Mas por que não chamou tanto assim antes?
14 – Tem chamado atenção do povo brasileiro. Será mesmo? Por que será que o povo brasileiro ficou quietinho? Por que será que só acompanha das manchetes dos jornais? Sei lá. Também sou brasileiro e pouco entendo disso e daquilo. A indignação, portanto, é apenas de meias palavras e pouco resultado. Na verdade, eu até sei quem é o maior culpado disso tudo, aliás os únicos: Eu e você! Nós simplesmente deixamos tudo acontecer.
15 – Tem chamado atenção da promotoria. Mas somente de alguns lugares. Pelo que sei, de Minas…
16 – Pouca punição. Pouca cadeia. Pouco julgamento. Poucos grandes defensores de um melhor produto. E àqueles atravessadores das manchetes fúnebres? E aqueles laudos médicos? E àquelas assessorias, heim? heim? E aqueles grandões e pequeninos? Tão grande que a gente não vê. Tão pequeno que a gente não sabe. Aliás, se me perguntarem: Eu não sei de nada. Melhor assim!
17 – Outras coisas mais.
E nem escrevemos sobre muitas das origens das fraudes… Relatórios e mais relatórios… e pouca compensação ao povo brasileiro. O Estado precisa ser indenizado pelo que encontrou de ilicitudes. O maior motor da moralidade é o combate à imoralidade. Os fraudadores, se julgados e condenados, devem restituir acrescido, do próprio bolso, o ganho da desonra própria.
Mas quem é e quem não é eu não sei. Os nomes? Isso é com a justiça. Mas a história é conhecida nas notícias da imprensa. Vai lá e encontre os acusados, pois não é o tema deste meu desabafo opinativo. Porque as minhas indagações não são para os indivíduos que foram acusados. As minhas indignações são para àqueles que, como eu, deixaram o barco navegar em águas cristalinas, levando na arca o tesouro que os piratas encontraram nas ilhas e recreios tupiniquins.
O Brasil, portanto, precisa de duas coisas:
– Punir quem faz mal com o erário público, dentro de uma sentença dura e justa, e ser indenizada pelo malfeitor. Resumindo: Cadeia e compensação.
Pelo prazer de opinar e pedir que, definitivamente, se abra a caixa de pandora.
Armando Luis Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros