O vice-presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Dionísio Lins (PP), vai encaminhar um ofício, através da Mesa Diretora da Alerj, solicitando que o diretor do Sindicato das Seguradoras, Roberto Villella, responda, em um prazo de trinta dias, o número oficial de seguros de veículos cadastrados no Rio de Janeiro, o valor básico de cada seguro por região ou bairro e por modelo de veículos.
Na terça-feira, dia 8, aconteceu uma audiência pública na Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para discutir o aumento no valor dos seguros de automóveis na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo da audiência era discutir possíveis irregularidades no aumento que as seguradoras de veículos estão aplicando na hora da contratação ou renovação do seguro, além da recusa por parte das seguradoras de clientes que residem em bairros com alto índice de roubo de veículos.
Durante a audiência Lins questionou o diretor do Sindicato das Seguradoras em relação à recusa por parte das seguradoras de clientes que residem em bairros onde o índice de roubos de veículos é alto, sobre o aumento desproporcional aplicado na hora da renovação e contratação de novas apólices, sobre a existência de artigos ou cláusulas sobre essa diferença de preços para cada bairro e a existência de alguma portaria que tenha autorizado a criação de seguros que são administrados por cooperativas.
O diretor explicou como funciona as apólices em relação aos sinistros e a possibilidade dos corretores, na hora da venda do seguro, não saberem explicar corretamente o que o cliente está comprando. Villella disse ainda que a cidade do Rio de Janeiro “é complicada, pois oferece um índice de criminalidade altíssimo em relação com cidades, pois é grande o número de favelas e comunidades que oferecem a possibilidade de uma fuga rápida e servem de esconderijo para os veículos roubados”. Ele deu o exemplo de cidades do Sul do país, como Santa Catarina, onde essas comunidades estão localizadas somente na periferia.
Quando ao mercado paralelo de seguros feitos através de cooperativas, Villella afirmou que elas funcionam como verdadeiros bancos populares, já que captam verba de terceiros que são aplicadas nessas cooperativas não regulamentadas por lei e não sofrem nenhum tipo de fiscalização como as demais seguradoras regularizadas.
O diretor do Sindicato das Seguradoras não explicou, por exemplo, o porquê de uma diferença de até 400% no valor do seguro de um veículo em que o proprietário reside na Zona Sul, para um que mora na Zona Norte; além da recusa por parte das seguradoras de não aceitarem seguro de veículos que tem seu Código de Endereçamento Postal (CEP) em bairros da Zona Norte, Zona Oeste e baixada Fluminense. Isso é um absurdo — disse Dionísio.
Além de Villella, estiveram presentes o diretor de arrecadação do DPVAT, Celso Meyer; o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Sérgio do Carm;, o presidente do Sindicato dos Taxistas do Rio de Janeiro, Luiz Silva e a Drª Bianca Menezes, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.