Pelo terceiro mês consecutivo, o seguro de automóveis registrou crescimento em relação ao período anterior, com março atingindo o melhor resultado do ano até agora, com alta de 27,19% contra fevereiro.
Na comparação anual, o aumento foi de 13,28%. É o que mostra o INDS (Índice Neurotech de Demanda por Seguros), que mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas na plataforma da Neurotech, empresa de soluções de inteligência artificial aplicadas a seguros e crédito.
Todos os estados apresentaram crescimento mensal, com o ranking de altas assim:
- São Paulo (34,44%)
- Minas Gerais (25,33%)
- Rio de Janeiro (25%)
- Rio Grande do Sul (24,69%)
- Paraná (18,99%)
Na comparação anual entre março do ano passado e o deste ano, o estado que registrou maior aumento da demanda foi o Rio Grande do Sul (7,45%), seguido de São Paulo (0,83%). Já Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná apresentaram recuo da demanda.
Para Daniel Gusson, head comercial de Seguros da Neurotech, o comportamento do indicador dá sinais de que o interesse do brasileiro por contratar ou renovar o seguro é crescente e as expectativas são otimistas.
Alta nos preços
O aumento dos preços dos veículos novos e usados fez o valor das apólices também registrar alta. “Houve o aumento da tabela Fipe que não é repassado diretamente pela seguradora. Ela precisa esperar até 12 meses para fazer este reajuste de preços. Este fato, junto com a sinistralidade, levou a um aumento das apólices em torno de 40%, quando comparamos 2021 com 2022″, diz.
De acordo com ele, os segurados estavam acostumados a renovar o seguro, sem cotar outras companhias, mas agora começaram a procurar o menor preço.
O executivo afirma que deve ocorrer uma acomodação deste movimento de alta dos preços, pois o reajuste de março já foi menor do que o registrado nos anos anteriores. Além disso, a sinistralidade também apresentou queda, de cerca de 10 pontos percentuais. “É uma melhora significativa que as seguradoras devem repassar aos usuários”, complementa o especialista.
Gusson acrescenta que, durante a pandemia de Covid-19, a frota assegurada caiu abaixo dos 30% do total, para algo em torno de 27% a 28% e agora se encontra novamente acima dos 30%. “Como os veículos estavam ficando em casa, não era necessário fazer o seguro. A retomada também tem impactado a demanda”, observa.
Outro fator que impacta o comportamento do INDS é a venda de veículos novos, pois quem contrata cobertura completa (compreensiva) geralmente é o proprietário de veículos com idade de 0 a 5 anos. “Se há uma pausa de produção, isso vai afetar a venda de novos veículos segurados. Em janeiro e fevereiro deste ano, houve um aumento no emplacamento. A retomada da venda de 0 km deve impactar também mexer positivamente com o desempenho dos seguros”, diz.