O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) reúne-se na próxima terça-feira, 19, tendo em pauta a definição dos valores do seguro obrigatório DPVAT para o exercício de 2018, a validar a partir de 1º de janeiro. Nos bastidores do mercado de seguros, alvoroço. É que as informações correntes dão conta de que, mais uma vez, virá corte nos preços. A redução que, se confirmada, favorece os proprietários de veículos automotores, é vista com reservas e críticas por várias seguradoras que participam do Consórcio DPVAT.
Os relatos se conflitam, vão de um corte de 8% a 20%, mas todos apontam na mesma direção: os prêmios do seguro cairão. Em 2016, o CNSP decidiu aplicar um abate linear nos prêmios de 37% para este 2017. A nova baixa, para 2018, segundo fontes, estaria escorada numa sobra na chamada Provisão de Sinistros Ocorridos e não Avisados (IBNR) estimada em R$ 4 bilhões. Tal quantia equivalente a toda receita gerenciada pela Seguradora Líder em 2016, para tocar a empresa e pagar custos de sinistros e indenizações às vítimas de acidentes de trânsito no Brasil.
Para as seguradoras descontentes com a nova queda de preços do seguro, a linha adotada pelo o governo é equivocada. Melhor que mexer nos prêmios, “que deveriam permanecer no tamanho que estão”, seria alterar as importâncias seguradas, que não são reajustadas há dez anos. “Mais interessante seria favorecer os beneficiários do DPVAT, que, aliás, era o que já deveria ter sido feito este ano”, dizem.
Procurada, a Susep informa que só divulgará a pauta do CNSP na ocasião da reunião.