O Brasil tem pela frente uma semana cheia de acontecimentos que vão influenciar nas projeções dos indicadores macroeconômicos, que seguem tendência negativa nas últimas semanas, com alta das projeções de inflação e juros e queda das expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, destaca em sua análise do Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 29, a projeção de inflação em 2021, que subiu pela 34ª semana consecutiva, de 10,12% para 10,15%. Para 2022, também houve elevação, de 4,96% para 5,00%. “Além de termos encostado pela primeira vez no teto da meta para o ano que vem, permanecem desancoradas das metas em 2023 e 2024″, diz ele. Apesar disso, o ponto-médio das expectativas para a taxa Selic foi mantido em 9,25% ao fim de 2021 e em 11,25% ao final de 2022. “A atividade já em desaceleração tende a exigir um aumento menor dos juros básicos”, afirma.
A projeção mediana para o PIB em 2021 recuou de 4,80% para 4,78%, permanecendo abaixo do crescimento do que já seria garantido pelo carregamento estatístico derivado do desempenho do PIB no primeiro semestre do ano. Isto é, a mediana do mercado embute projeções de queda do PIB no segundo semestre, cujos primeiros dados oficiais, referentes ao terceiro trimestre, serão divulgados pelo IBGE nesta semana.
Nesta semana, além das notícias sobre a pandemia, com novas medidas restritivas como lockdown em algumas cidades e regiões, a agenda está carregada com temas importantes como a PEC dos Precatórios no Senado, MP do Auxílio Brasil e divulgação do PIB do terceiro trimestre na quinta-feira. “Continua a batalha para aprovar a PEC dos precatórios, já há duas semanas em negociações no Senado. Trata-se de matéria de extrema importância para o governo, que pode mexer com as expectativas”, comenta o economista.