Trânsito
14/05/2025
0 Comentário(s)

Celular ou bebida? Descubra o que realmente ameaça sua segurança ao volante

Ambos são perigosos, mas um deles é mais frequente, mais aceito socialmente e quase invisível aos olhos da fiscalização

 

Quando se fala em direção perigosa, a maioria das pessoas aponta logo o álcool como o grande vilão no trânsito. Mas será que dirigir sob efeito da bebida é realmente mais arriscado do que usar o celular ao volante?

A verdade é que os dois comportamentos são extremamente perigosos — mas o uso do celular é ainda mais traiçoeiro. Por ser socialmente mais tolerado e muito mais difícil de fiscalizar, acaba sendo mais comum e igualmente letal. É o que especialistas chamam de “inimigo invisível do trânsito”.

Hoje, com o smartphone nas mãos, resolvemos tudo: mensagens, e-mails, redes sociais, GPS. E qualquer parada no semáforo vira pretexto para “dar uma olhadinha no zap”. Foi assim que a jornalista Adriana Aguilar acabou batendo de leve em alguns carros que pararam à sua frente — ela estava distraída respondendo mensagens no WhatsApp.
“A gente acredita que consegue fazer tudo ao mesmo tempo: responder, digitar, falar, dirigir. Mas não consegue”, conta Adriana.

Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), digitar uma mensagem enquanto dirige pode aumentar em até 23 vezes o risco de colisão. Quem usa o celular não percebe pedestres, ciclistas ou veículos parados à frente.

O ONSV é o principal articulador do movimento Maio Amarelo no Brasil. Integra uma campanha mundial de conscientização para redução de acidentes de trânsito. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito.

No caso da embriaguez, os riscos envolvem reflexos lentos, menor coordenação motora e maior propensão a dirigir em alta velocidade, muitas vezes resultando em acidentes graves. A diferença é que o álcool conta com fiscalização ativa. Com o bafômetro servindo como prova legal.

Já o motorista que dirige com o celular simplesmente deixa de ver o que está diante dos seus olhos. É como se dirigisse de olhos fechados. O estado de São Paulo lidera o ranking nacional de multas por uso do celular ao volante.

Ambas as infrações são gravíssimas. Dirigir usando o celular: R$ 293,47 + 7 pontos na carteira. E dirigir alcoolizado ou recusar o bafômetro: multa multiplicada por 10, totalizando R$ 2.934,70, além de 7 pontos e possibilidade de processo criminal, dependendo da gravidade do acidente.

O problema é que o uso do celular raramente é flagrado por agentes de trânsito. E aí está o perigo: quando o risco não é percebido, ele cresce silenciosamente.

Proteja-se com a