A COP30, sigla para 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém, no Pará. O evento também terá uma cúpula de chefes de Estado, o chamado Leaders’ Summit, marcada para os dias 6 e 7 de novembro. Um dos destaques será a Casa do Seguro, espaço exclusivo que vai sediar debates promovidos por seguradoras sobre produtos como seguros paramétricos, agrícolas, contra catástrofes naturais e voltados para infraestrutura resiliente.
Promovida pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), a Casa do Seguro será o ponto de encontro oficial do setor durante a COP30. O objetivo é mostrar o papel estratégico dos seguros na transição climática, funcionando como uma espécie de “embaixada do seguro” na conferência.
A Casa do Seguro será palco de debates temáticos, encontros empresariais, reuniões bilaterais, apresentações culturais e exibições de produtos e serviços que contribuem com a adaptação às mudanças do clima. O espaço também servirá para demonstrar como o setor de seguros pode impulsionar políticas de prevenção e resiliência ambiental.
O chairman da Marsh McLennan Brasil, Eugenio Paschoal, destaca que o setor pode atuar de forma muito mais efetiva, indo além dos produtos tradicionais. “A proteção dos biomas, a descarbonização do setor de transportes e a otimização da nossa energia limpa são áreas em que o seguro pode ajudar, com inteligência e novas soluções, inclusive facilitando o acesso a financiamentos”, afirma.
Em junho, a diretora executiva da COP30 e secretária nacional de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, reforçou que este será um momento único para o setor mostrar sua importância na gestão de riscos. Segundo ela, essa participação pode conectar o conhecimento técnico das seguradoras aos dados do setor público, gerando soluções inovadoras.
Ana Toni explica que as seguradoras já têm grande experiência em lidar com riscos climáticos e estão desenvolvendo novos produtos que podem estimular tanto o setor público quanto o privado. Além disso, as empresas de seguro acumulam grande volume de dados e modelos que, ao serem integrados aos bancos de dados públicos, podem ajudar na identificação de riscos específicos em diferentes regiões do país.
Outro ponto destacado por Ana é o chamado “custo da inação”. Ela afirma que, embora se fale muito das oportunidades econômicas ligadas à mudança do clima, é preciso calcular também o preço que se paga por não agir. “As seguradoras conhecem esse custo — são elas que acabam pagando por isso”, diz.
A meta, segundo Ana Toni, é levar a experiência das seguradoras para dentro da gestão pública em todos os níveis — municipal, estadual e federal — e também para as empresas e famílias. “Prevenção é a melhor solução para a mudança do clima”, afirma. “Esperamos que o setor privado, o público e as relações internacionais se unam nesse mutirão global para ampliar e acelerar as soluções.”
Ela finaliza lembrando que o Brasil precisa agir rápido, com prevenção, novas legislações e iniciativas para evitar desastres. “As seguradoras podem ser protagonistas nessa nova economia de baixo carbono e a COP30 será a vitrine para mostrar isso ao mundo”, diz.