Saúde
04/11/2025
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Cabine de saúde no metrô da China faz exame em 8 minutos

Totens de teleatendimento com inteligência artificial ganham espaço e começam a ser aperfeiçoados também nos Estados Unidos e no Brasil.

Quem passa por uma estação de metrô na China pode se deparar com uma cabine elegante de vidro onde as pessoas fazem exames de saúde em apenas oito minutos. Lá dentro, é possível medir a pressão arterial, checar os níveis de oxigênio, conectar-se a um médico e até sair com uma receita em mãos. Tudo isso por apenas 2 yuans, o equivalente a 28 centavos de dólar. É um atendimento rápido, acessível e que não substitui os médicos, mas complementa o sistema de saúde.

A inteligência artificial é sempre supervisionada por médicos humanos, garantindo a segurança do processo. Apenas 38 medicamentos têm venda liberada nesses quiosques, e os equipamentos passam por testes e inspeções a cada três meses. Eles não prometem curar doenças complexas, mas ajudam a resolver pequenos problemas do dia a dia que fazem uma grande diferença para a saúde pública.

Em regiões rurais, um idoso pode medir a pressão ou consultar um médico online e, assim, evitar complicações antes que elas se tornem emergências. Essa é uma das principais vantagens do sistema, que aproxima o atendimento médico de quem vive longe dos grandes centros.

Mais de 250 quiosques já foram instalados em estações de metrô de Xangai, atendendo cerca de 15 mil pessoas por mês. Esses totens de teleatendimento não substituem os hospitais, mas ajudam a desafogar o sistema, realizando consultas simples, como para resfriados ou irritações na pele, e deixando os casos mais graves para os médicos presenciais.

Em todo o país, a empresa Ping An Good Doctor, uma das líderes em saúde digital na China, implantou 1.200 quiosques em 28 províncias, realizando 3,5 milhões de consultas por ano. Com a ajuda da inteligência artificial e de 8 mil médicos conectados remotamente, o tempo de espera caiu 70% em comparação com clínicas tradicionais, e o índice de satisfação chega a 87%.

Outra gigante da tecnologia, a Alibaba Health, opera 500 clínicas híbridas que unem IA e atendimento médico humano. Em 2023, o sistema registrou 2,4 milhões de diagnósticos assistidos por inteligência artificial, com 94% de precisão em doenças comuns e redução de 30% nos custos de saúde.

A previsão é que até o final de 2025 a China tenha 15 mil quiosques de saúde instalados — 80% nas cidades e 20% nas áreas rurais. Segundo a consultoria Frost & Sullivan, cerca de 80% da população deve usar telemedicina até 2025, chegando a 40% até 2027. Em 2030, o mercado chinês de saúde digital poderá alcançar 45 bilhões de RMB (aproximadamente 6,2 bilhões de euros), consolidando uma verdadeira transformação no setor.

Em 2024, a China reforçou sua liderança global em saúde digital. O mercado já é avaliado em 128 bilhões de RMB (cerca de 17,6 bilhões de euros), segundo a iiMedia Research. O governo chinês investiu mais de 3,2 bilhões de RMB em 2023 apenas para ampliar o acesso à telemedicina em áreas rurais.

O avanço dos quiosques de telessaúde não se limita à China. O modelo também está ganhando força nos Estados Unidos e no Brasil, países que já regulamentaram o uso da telemedicina. As cabines seguem a mesma lógica: unir inteligência artificial e supervisão médica para ampliar o acesso à saúde com qualidade.

Um relatório da Future Market Insights, divulgado em 3 de novembro de 2025, mostra que o mercado de totens de telessaúde nos Estados Unidos deve crescer de US$ 2,7 bilhões em 2025 para US$ 5,4 bilhões em 2035, com taxa anual de 7,2%. Os sistemas de totens devem dominar 39,4% do mercado, enquanto as teleconsultas lideram o segmento de aplicações com 32,7%.

Essas iniciativas surgiram para desafogar hospitais e facilitar o acesso a cuidados básicos, especialmente em grandes cidades. Nos Estados Unidos, há totens de teleatendimento em locais públicos e semipúblicos, como farmácias, supermercados, universidades, empresas e até bancos. Também estão presentes em hospitais e unidades de pronto-atendimento, funcionando como triagem antes da consulta médica.

No Brasil, a tecnologia começa a dar os primeiros passos. Um projeto chamado Smart Totem, por exemplo, desenvolve um protótipo voltado a unidades públicas de saúde, com sensores que medem sinais vitais e fazem triagem automática de pacientes. No entanto, fatores como conectividade, manutenção, higiene, privacidade de dados e aceitação do público ainda são desafios para a expansão do modelo.

A empresa OláMed lançou o Totem Digital, pensado para ambientes públicos. Ele realiza consultas à distância e mede mais de 20 parâmetros biomédicos. Com os resultados, o médico pode prescrever medicamentos ou encaminhar o paciente para um especialista, se necessário.

Já a empresa Doutor ao Vivo desenvolveu o Totem de Triagem, que mede pressão arterial, batimentos cardíacos, oxigenação e temperatura corporal, podendo ser instalado em hospitais, UPAs e unidades de saúde. Com poucos cliques, o usuário segue as instruções na tela e, em minutos, o sistema envia os dados para o prontuário médico, acelerando o diagnóstico e melhorando o atendimento.

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