Fique De Olho com a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro
Economia, Sem categoria
30/07/2025
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Brasil mantém juros em 15% enquanto EUA preparam tarifaço contra produtos brasileiros

Em semana decisiva para a política monetária, economista Tatiana Pinheiro comenta os impactos da manutenção da Selic, do Fed e as consequências das tarifas norte-americanas para o Brasil.

A semana foi marcada por decisões importantes sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, além da expectativa pela entrada em vigor, já em 1º de agosto, de tarifas americanas sobre produtos brasileiros. Em meio ao cenário global de cautela, a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, analisa os principais pontos que influenciam o rumo da economia.

Na coluna Fique de Olho, publicada pela UrGente em parceria com o Gente Grupo, a economista destacou que o Banco Central brasileiro deve manter a taxa Selic em 15%, como já era esperado pelo mercado. A decisão, alinhada ao cenário de inflação ainda resistente, tende a ser repetida nas próximas reuniões.

Nos Estados Unidos, a taxa básica de juros (Fed Funds Rate) também deve ser mantida em 4,5%, com os primeiros cortes previstos apenas para o fim do ano. “Antes disso, o Fed quer avaliar o impacto das novas tarifas sobre a inflação”, explicou Pinheiro.

Essas tarifas — chamadas de “tarifaço” — começam a valer no dia 1º de agosto e atingem diversos produtos brasileiros. A medida preocupa o governo, que estuda formas de mitigar os efeitos sobre setores exportadores, incluindo a liberação de um pacote de auxílio fiscal.

Além do cenário externo, Tatiana comentou que a redução do bloqueio de gastos públicos no Brasil, de R$ 30 bilhões para R$ 10 bilhões, foi possível graças à expectativa de arrecadação extraordinária com o leilão de excedentes do pré-sal, previsto para o fim do ano. Ela alerta, no entanto, que “resolver as contas públicas com receitas extraordinárias pode ser arriscado”.

Quanto à inflação, o IPCA-15 de julho registrou 0,33%, ligeiramente acima do esperado. Apesar disso, a abertura dos dados já sinaliza uma tendência de desaceleração, o que será observado de perto nas próximas decisões econômicas.

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