Uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do DPVAT está em andamento na Câmara Federal. O estágio atual é de coleta de assinaturas, puxado mais uma vez pela deputada Raquel Muniz (PSD-MG), autora do requerimento que no meio do ano deu início, pela primeira vez, ao processo de investigação parlamentar focado nas fraudes praticadas contra o seguro obrigatório do trânsito.
Em pronunciamento na Câmara, a deputada mineira lembrou, depois de comentar que vale a pena combater a corrupção, o trabalho realizado pela CPI do DPVAT, “cujo relatório não pode ser votado por interesses escusos”. E revelou: “Novamente voltamos a colher assinaturas na Casa. Tenho certeza de que, ao participar dessa CPI, contrariei muitos interesses. Contudo, posso dizer que, se acreditamos no que fazemos, vale a pena, sim, participar”.
Segundo ela, a sua participação naquela CPI foi outro motivo para que ela e sua família recebessem retaliações, “posto que a Comissão, fruto de minha iniciativa, do meu mandato, foi instalada contrariando muitos interesses”. “Através da CPI do DPVAT – prosseguiu –, não tive a intenção de apontar o dedo para culpados ou não. O principal objetivo era garantir que os recursos, hoje tão escassos em nosso País, chegassem aonde deveriam chegar […]”.
A CPI do DPVAT foi encerrada oficialmente dia 28 de setembro sem apresentar um relatório final, com pedidos de indiciamentos ou recomendações. A Seguradora Líder figurou entre os principais alvos das investigações. Os indícios de falcatruas contra esse seguro vieram à tona com força a partir da operação policial Tempo de Despertar, deflagrada em abril do ano passado em Minas Gerais.
Boicotada enquanto durou, pela ausência maciça de seus membros nas reuniões, o que impedia tomadas de decisões, a CPI chegou ao final sem cumprir suas expectativas e sem ajudar os promotores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Federal (PF) na empreitada de avançar nas investigações sobre as chamadas organizações criminosas que se formaram na órbita do DPVAT.